21 de novembro de 2024

Vitamina D e imunidade

Estima-se que no Brasil, 60% dos adolescentes tem déficit ou insuficiência de Vitamina D, nos adultos esse número fica entre 40% e 58% e nos idosos, de 42% a 83%.


Por Redacao 019 Agora Publicado 01/03/2021
Ouvir: 00:00
Vitamina D e imunidade
Estima-se que no Brasil, 60% dos adolescentes tem déficit ou insuficiência de Vitamina D, nos adultos esse número fica entre 40% e 58% e nos idosos, de 42% a 83%.

A Vitamina D é considerado um dos hormônios mais poderosos que nosso corpo produz. E para se ter uma ideia da sua importância, nós temos o genoma, que é o nosso material genético e são as informações do meio que modulam como esse genoma vai se expressar. 

A vitamina D, que chega a modular até 3% dele, tem uma relevância muito grande e participa fortemente da chamada homeostase no corpo, o equilíbrio do nosso metabolismo. Essa vitamina tem ligação com nossos linfócitos e ação anti-inflamatória, que em níveis adequados criam uma barreira imunológica. 

Segundo pesquisa científica publicada pelo Journal of Clinical Endocrinology & Metabolism e feita na Espanha sobre o papel da Vitamina D em pessoas que contraíram a Covid-19, baixos níveis dela foram observados em um grupo de 216 pacientes internados em um dos hospitais do país com o coronavírus, na comparação com 197 pessoas que estavam fora do hospital, sem registro dela.

Essa deficiência foi constatada entre 82,2% das pessoas hospitalizadas, contra 47,2% no grupo chamado “controle”, usado para comparação. Por conta da pandemia, podemos observar que muitas pessoas estão trancadas dentro de casa, passam cada vez menos tempo expostas ao sol, além de outros fatores como o consumo de comidas industrializadas e até mesmo noites mal dormidas, que também são causadores dos baixos níveis de produção dessa vitamina em nosso corpo. 

Conforme citei, a exposição ao sol interfere diretamente nos níveis de Vitamina D no nosso organismo, para que possamos sintetizá-la, é importante que essa exposição aconteça em horários como 11h e 13h, onde os raios solares tem maior quantidade dessa UVB e em torno de 20 minutos, em áreas mais extensas do corpo como costas, tórax e as coxas. Outro fator é a quantidade de melanina, o que dá a pigmentação da pele. Quanto mais melanina, menor será a absorção de UVB. No caso da produção endógena, se a pessoa não toma sol adequadamente, já é um fator de deficiência da Vitamina D, porque o organismo precisa dos raios ultravioletas para produzir a colecalciferol, que é um tipo de vitamina produzida pela pele quando exposta ao sol e que depois vai para o fígado e rins para se transformar na Vitamina D ativa. 

Hoje estima-se que no Brasil, 60% dos adolescentes tem déficit ou insuficiência de Vitamina D, nos adultos esse número fica entre 40% e 58% e nos idosos, de 42% a 83%. Com a pandemia, esses números têm chamado cada vez mais atenção, pois observa-se que o nosso país está com um panorama de insuficiência de Vitamina D, considerando sua função em grande maioria dos nossos tecidos e o papel tão importante no nosso sistema anti-inflamatório, imunomodulador, anticâncer, para síntese de osso e proteção de outras doenças como o diabetes. 

Outra forma de encontrar essa vitamina é através do consumo de peixes de águas frias como o salmão, em carnes e ovos, além de fontes vegetais que é a chamada Vitamina D2, que vem especialmente de fungos. Porém, a grande maioria dela é sintetizada endogenamente. Nós possuímos na pele o que chamamos de pré Vitamina D, que é chamada de 7Dehidrocolesterol, o hormônio que vem do colesterol, como a grande maioria dos hormônios. 

Qualquer médico pode avaliar o nível de Vitamina D no nosso corpo, no entanto, aqueles que são da medicina integrativa, tem um comprometimento maior na avaliação dos seus níveis de nutrientes e micronutrientes. Hoje, sabemos que outros parâmetros precisam ser analisados junto ao médico para que ele possa se aprofundar mais no entendimento, no aspecto preventivo de doenças. Ao avaliarmos se estamos com falta de Vitamina D, não é somente pelo nível no sangue, temos que ver os níveis de paratormônio, de cálcio iônico, entender como está a qualidade desse receptor da Vitamina D. O objetivo da medicina preventiva é que seja personalizado e não genérico, uma avaliação mais aprofundada de outros parâmetros bioquímicos são fundamentais para poder ser feito um trabalho personalizado e que vai funcionar de maneira mais eficaz. 

*Fábio Gabas é Médico Integrativo e de Medicina Preventiva, Neurocientista, Pesquisador e Palestrante com mais de 20 anos de experiência. É Sócio Diretor da empresa de saúde preventiva HeartMetrix, especialista em gerenciamento de estresse e aumento da produtividade corporativa através da geração do estado de coerência cardíaca e equilíbrio metabólico e autonômico.