A estimativa atual é de que 80 milhões de pessoas globalmente possuem glaucoma, de acordo com a OMS (Organização Mundial da Saúde), sendo que apenas a metade tem consciência de sua condição. Esta doença ocular é a segunda maior causa de cegueira, superada apenas pela catarata. No Brasil, afeta cerca de 2% da população, representando mais de um milhão de indivíduos.
Em alusão ao Dia Nacional de Combate ao Glaucoma, que ocorre nesta sexta-feira, 26 de maio, o oftalmologista Rafael Guena Jardim de Camargo (CRM 113.032), da Santa Casa de Piracicaba, salienta a importância da prevenção e do diagnóstico precoce para o controle da doença.
Entendendo a Doença
“O glaucoma é uma neuropatia que compromete o nervo óptico, resultando em perda de suas fibras nervosas. Fatores de risco, como pressão intraocular acima de 20, contribuem para a predisposição à doença e aceleração do glaucoma. É fundamental lembrar que esta é uma doença de caráter genético”, esclarece o Dr. Guena.
Existem diferentes tipos de glaucoma, sendo o mais comum o glaucoma primário de ângulo aberto, que é insidioso, lento e progressivo. Há também casos ocasionados por trauma ocular, uso de medicamentos, cataratas avançadas e formas mais raras, como os glaucomas juvenis ou congênitos. “O glaucoma de ângulo primário é o mais prevalente, sendo responsável por 95% dos casos”, adverte o oftalmologista.
A Importância da Prevenção
Diante da natureza silenciosa do glaucoma, Dr. Guena frisa a necessidade de prevenção e cuidados regulares.
“A conscientização do histórico familiar é essencial e, caso exista diagnóstico na família, é vital o acompanhamento regular. Muitas pessoas com glaucoma não percebem que estão doentes, pois não há dor, alterações visuais ou sinais claros. A percepção surge somente quando a doença já alcançou um avanço significativo”, alerta.
Infelizmente, o glaucoma não tem cura. Porém, uma vez diagnosticado, o paciente deve seguir um acompanhamento médico regular.
“Após o diagnóstico, o objetivo é frear e monitorar a progressão da doença. O tratamento é realizado através da regulação da pressão intraocular. Atualmente, colírios auxiliam no controle e na redução dessa pressão, além de melhorar a drenagem do líquido dentro do olho. Em alguns casos, no entanto, são necessárias cirurgias de glaucoma, que envolvem a implantação de válvulas naturais ou artificiais no olho para ajudar no controle da pressão ocular”, destaca o especialista.
Os Riscos da Negligência
Pessoas diagnosticadas com glaucoma que abandonam o tratamento devido à falta de sintomas estão correndo um sério risco de cegueira irreversível, adverte o oftalmologista. Portanto, é de extrema importância a conscientização da gravidade da doença e a necessidade do tratamento contínuo, mesmo na ausência de sintomas óbvios.