Ozempic: Estudo alerta para riscos de perda da libido e disfunção erétil

Pesquisa mostra que redução dos níveis de testosterona está entre as consequências do uso do medicamento por homens


Por Redacao 019 Agora
ozempic

Pesquisa mostra que redução dos níveis de testosterona está entre as consequências do uso do medicamento por homens

Com o aumento da popularidade do medicamento Ozempic, da Novo Nordisk, para o controle do diabetes tipo 2 e perda de peso, um novo estudo publicado no International Journal of Impotence Research (IJIR) traz à tona preocupações significativas quanto aos potenciais riscos à saúde dos homens. A pesquisa revela que o uso de Ozempic pode ocasionar a redução dos níveis de testosterona no corpo masculino, resultando em possíveis efeitos adversos, como perda da libido e disfunção erétil.

O medicamento Ozempic, reconhecido por sua eficácia no emagrecimento, tem sido cada vez mais utilizado para fins estéticos, embora sua indicação principal seja para o tratamento do diabetes tipo 2 e obesidade. De acordo com o estudo, a semaglutida, ingrediente ativo do Ozempic, aprovado pela Anvisa para o tratamento da obesidade, tem sido associada a um impacto negativo na regulação dos níveis de testosterona nos homens.

Uso indiscriminado

Profissionais de saúde alertam que o uso indiscriminado do Ozempic sem a devida supervisão médica pode acarretar sérias consequências à saúde masculina. Dr. Tiago Mierzwa, urologista e andrologista que é especialista em saúde sexual masculina, enfatiza a importância de compreender os perigos associados ao uso sem acompanhamento médico e inadequado do medicamento, especialmente para homens saudáveis que buscam seus benefícios estéticos sem atendimento médico adequada.

“O Ozempic, quando usado sem critério e fora das indicações médicas apropriadas, pode expor os homens a problemas graves, como a perda da libido e o desenvolvimento de disfunção erétil. É fundamental compreender que mesmo pessoas saudáveis podem enfrentar complicações ao recorrer a medicamentos de forma indiscriminada, especialmente quando não há uma necessidade clínica específica”, alerta Dr. Tiago Mierzwa.

Além dos possíveis efeitos sobre a libido e a função erétil, o estudo ressalta os riscos associados ao uso de Ozempic em homens não diabéticos e obesos, abordando a preocupação em torno da diminuição dos níveis de testosterona como fator desencadeador de complicações sexuais.

“Tanto nós da comunidade médica quanto a população em geral deve ser lembrada da importância da buscar orientação profissional qualificada antes de iniciar qualquer tratamento com Ozempic, assim como qualquer medicamento da moda, e a aderir estritamente às diretrizes médicas para seu uso apropriado, visando a prevenção de potenciais efeitos adversos à saúde”, finaliza.

Dr. Tiago Mierzwa, especialista em medicina sexual e reprodutiva do homem

Dr. Tiago Cesar Mierzwa

Dr. Tiago César Mierzwa é urologista, andrologista e mestre em Clínica Cirúrgica pela Universidade Federal do Paraná. Desenvolve suas atividades como coordenador dos Serviços de Andrologia nos Hospitais Nossa Senhora das Graças e Hospital Universitário Cajuru, sendo também membro professor do Departamento de Andrologia da Sociedade Brasileira de Urologia. Sua atuação se estende a diversas entidades, como a American Urological Association, International Society for Sexual Medicine, Sociedade Latino-Americana de Medicina Sexual, ABEMSS, Confederación Americana de Urologia e Sociedade Brasileira de Reprodução Assistida. Além disso, Dr. Mierzwa dedica-se à produção semanal de conteúdos sobre saúde sexual e reprodutiva masculina em suas plataformas digitais.

Posicionamento sobre o uso off-label e efeitosadversos do Ozempic®


A Novo Nordisk não endossa ou apoia a promoção de informações de caráter off-label de seus medicamentos, ou seja, em desacordo com a bula. Ozempic® (semaglutida 1 mg) não possui indicação aprovada pelas agências regulatórias nacionais e internacionais para o tratamento de obesidade.

O medicamento foi aprovado pelas autoridades regulatórias do Brasil em agosto de 2018 para o tratamento do diabetes tipo 2 e comercializado a partir do primeiro semestre de 2019. É importante ressaltar que o medicamento deve ser utilizado e comercializado sob prescrição médica, embora não haja necessidade de retenção da receita pela farmácia.

A Novo Nordisk reforça que efeito adverso é definido pela Anvisa como qualquer resposta prejudicial ou indesejável, não intencional, a um medicamento. Os distúrbios gastrointestinais, tal como náusea, foram os eventos adversos mais frequentemente relatados com o uso de Ozempic, sendo a maioria de intensidade leve a moderado e de forma transitória, não sendo necessário a interrupção do tratamento na grande maioria dos casos. Esses eventos ocorreram em uma proporção semelhante em relação a outros análogos de GLP-1.


Para minimizar os efeitos colaterais, o paciente deve buscar orientações junto ao seu médico. Em geral, comer porções menores nas refeições, parar quando se sentir satisfeito, evitar frituras e alimentos muito gordurosos, manter-se bem hidratado ao longo do dia e evitar álcool são atitudes que podem minimizar esses efeitos. A titulação (ajuste gradual da dosagem da medicação) de forma correta minimiza esse risco e pode ser adaptada, com orientação médica, à tolerabilidade do paciente.

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