Fortalecimento muscular ajuda na recuperação da covid
Estudo realizado por pesquisadores da USP identifica que pacientes com mais massa muscular ficam menos tempo internados
Alívio do estresse, melhora na concentração, aceleração do metabolismo. Os benefícios da musculação são inúmeros e, acompanhados por um especialista, o tornam uma modalidade muito popular. Além de todas essas vantagens, a musculação agora é também uma importante aliada para combater um dos inimigos mais difíceis do momento: a covid-19.
De acordo com um estudo realizado por pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP), foi possível identificar que força e massa muscular podem ajudar na redução do tempo de internação de pacientes com a doença. Os pesquisadores avaliaram 186 indivíduos hospitalizados com covid-19 moderada ou grave e identificou que aqueles que tinham mais força e massa muscular tendiam a permanecer menos tempo internados.
A prática da musculação é vista por muitos apenas como uma maneira de aumentar a massa muscular. No entanto, a atividade é muito eficiente para quem busca uma melhora na qualidade de vida e, principalmente neste momento, atua como uma ação preventiva de danos graves da covid-19, explica Mônica Marques, educadora física e diretora técnica da Cia Athletica de São José dos Campos. “A prática regular do exercício físico atua como um modulador do sistema imune, mas não é apenas esse o benefício proporcionado pela atividade. O fortalecimento muscular melhora o condicionamento cardiorrespiratório, aumenta a densidade óssea e reduz o risco de diabetes. Todos esses benefícios vão proporcionar uma recuperação mais rápida do paciente”, explica.
Apesar do envelhecimento e condições crônicas, como diabetes tipo 2, serem fatores que aumentam o risco de desenvolver formas graves de covid-19, pesquisadores ressaltam que há indivíduos jovens e aparentemente mais saudáveis que podem precisar de hospitalização e até mesmo virem a óbito por causa da doença. “Isso sugere a existência de características clínicas ainda desconhecidas associadas ao prognóstico de covid-19. Parâmetros de força e massa muscular são potenciais candidatos para isso.”, afirma Hamilton Roschel, autor do estudo e um dos coordenadores do Grupo de Pesquisa em Fisiologia Aplicada e Nutrição da Escola de Educação Física e Esporte (EEFE) e da Faculdade de Medicina (FM) da USP.
Diante deste cenário, a educadora física ressalta a importância da prática de atividades físicas, mesmo em um momento de isolamento social. “É importante reforçar que praticar atividades físicas não previne o contágio, no entanto, é certo que ser ativo apresenta sim associação a menores prevalências de hospitalização. Além disso, o praticante colhe outros bons frutos, como uma melhora do condicionamento físico, qualidade de vida e saúde mental”, conclui Mônica Marques.
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