Doenças de outono: quais são e como prevenir
Pediatra e geriatra da Santa Casa de Piracicaba falam dos cuidados com crianças e idosos
Doenças de outono: quais são e como prevenir? Com o outono, chegam as folhas coloridas, o clima fresco e aquela sensação de atmosfera mais acolhedora. A mudança climática ocasionada pela nova estação, no entanto, também traz uma série de desafios de saúde, especialmente aos mais vulneráveis, que são crianças e idosos, cujos sistemas imunológicos demandam mais cuidado.
O pediatra intensivista da UTI Neonatal, Antonio Ananias Filho (CRM: 69400), e a geriatra Mariana Kairalla (CRM: 163028), médicos da Santa Casa de Piracicaba, compartilham informações sobre algumas das condições mais comuns nesse período do ano e orientam sobre medidas preventivas para resguardar esses grupos durante a estação fria.
Doenças de outono: quais são e como prevenir
Gastroenterite viral e bacteriana
Com a queda da temperatura, de acordo com eles, é comum as pessoas passarem mais tempo em ambientes fechados, o que pode aumentar o risco de infecções gastrointestinais, como gastroenterite viral e bacteriana. “Para evitar essas doenças, é fundamental, portanto, adotar práticas de higiene adequadas, como lavar as mãos antes de comer e após usar o banheiro, e garantir a ingestão de alimentos seguros e bem cozidos”, alertam.
Resfriado
O resfriado, por exemplo é uma das afecções invernais mais corriqueiras. Originado por distintos vírus, o resfriado comum manifesta sintomas como congestão nasal, espirros, dor de garganta e tosse leve. “Geralmente, é um mal autolimitado, melhorando em poucos dias, mas capaz de gerar desconforto significativo”, ressalta Ananias.
Gripe ou influenza
Já a gripe, ou influenza, é uma infecção viral que afeta o sistema respiratório. Espalha-se facilmente durante os meses de inverno, devido à maior proximidade em ambientes fechados. Os sintomas da gripe incluem febre, calafrios, dores musculares, fadiga, tosse e congestão nasal. “Em situações mais graves, a gripe pode acarretar complicações sérias, especialmente em grupos de risco, como idosos, crianças pequenas e pessoas com condições médicas subjacentes”, alerta o médico.
Bronquite e bronquilite
O clima mais gelado também é propício para o aparecimento de bronquite e bronquilite. A bronquite, que é uma inflamação dos brônquios, afeta as vias aéreas principais que levam o ar para os pulmões. Ela pode ser aguda ou crônica e geralmente é causada por uma infecção viral ou bacteriana, e apresenta sintomas como tosse produtiva, falta de ar, fadiga e desconforto no peito. Já a bronquite crônica está frequentemente associada ao tabagismo e pode causar tosse crônica e produção excessiva de muco.
“Há ainda a bronquiolite, uma doença respiratória comum em crianças menores de 2 anos. É causada pelo VSR (Vírus Sincicial Respiratório) e é mais frequente no inverno”, ressalta Ananias.
Pneumonia
Outra doença bastante comum neste período do ano é a pneumonia. De acordo com a geriatra Mariana, essa condição é uma infecção nos pulmões que pode ser causada por diversos agentes, como bactérias, vírus e fungos.
“Ela pode ocorrer como uma complicação de um resfriado, gripe ou bronquite mal tratada. Os sintomas incluem febre alta, calafrios, tosse com expectoração amarelada ou esverdeada, falta de ar, dor no peito e fadiga. A pneumonia pode ser grave, especialmente em pessoas com sistema imunológico enfraquecido ou em grupos de risco”, alerta e ela ao enfatizar que nem sempre nos idosos apresentam sintomas clássicos, “às vezes eles podem apresentar perda de apetite, sonolência ou confusão mental, associadas a um quadro de tosse. Nem sempre o idosos têm febre”, ressalta.
Hipotermia
Há ainda outra situação que só ocorre em baixas temperaturas que é a hipotermia, que de acordo com os médicos, acontece quando a temperatura corporal cai abaixo do normal devido à exposição prolongada ao frio. Crianças e idosos são mais suscetíveis a essa condição. A hipotermia ocorre quando a temperatura corporal cai a menos de 36,8 graus. Abaixo de 29 graus causam risco eminente de morte. “Os sintomas mais comuns são fraqueza, fadiga e diminuição do tremor do frio. Em fases mais avançadas o idoso pode apresentar fala enrolada, perda de consciência e choque”, alerta Mariana.
De acordo com ela, em caso de hipotermia, os primeiros-socorros devem consistir em tirar o idoso do frio e retirar suas roupas úmidas ou molhadas.
“É importante envolver a vítima em mantas e agasalhos para aquecê-la enquanto o serviço de emergência é chamado. Se o idoso estiver consciente, o ideal é oferecer bebidas quentes (não alcoólicas) como chás, por exemplo. Converse com a pessoa para mantê-la acordada”, salienta.
Cuidados e hábitos saudáveis
Embora o outono seja o protagonista para o surgimento de várias doenças, com cuidados adequados e hábitos saudáveis, é possível podemos desfrutar plenamente desta estação.
“Ao adotar medidas preventivas contra doenças comuns, como resfriados, alergias e infecções gastrointestinais, podemos fortalecer nosso sistema imunológico e aproveitar ao máximo tudo o que o outono tem a oferecer. Por isso, é importante consultar um profissional de saúde para orientações e cuidados médicos adequados para cada faixa etária”, finalizam.