Na noite de domingo (30), durante a apuração das eleições, o apresentador da TV Globo William Bonner acabou virando alvo de piadas e memes na internet quando abriu uma lata de água ao vivo.
Era água, mas muita gente nas redes sociais achou que era cerveja. Mais tarde, Bonner teve de se explicar: “Gente, a água aqui é latinha. Vocês acham que eu ia beber outra coisa durante uma apuração? Pelo amor de Deus”, disse.
O brasileiro está acostumado a comprar e consumir garrafinhas de plástico quando quer beber água na rua. Mas, algumas marcas já vendem água em lata no mercado brasileiro, como Minalba e Ambev AMA.
Até mesmo o surfista Pedro Scooby criou a sua própria marca de água enlatada.
E o mais importante: muitos ainda não sabem que as latinhas de alumínio são mais sustentáveis para o planeta do que as garrafas PET. E ainda geram mais emprego e renda à cadeia de reciclagem.
ÁGUA EM LATA
De acordo com estudo de 2022 do Instituto Internacional do Alumínio feito em cinco mercados – Brasil, Estados Unidos, Europa, China e Japão -, as latas de alumínio têm 71% de índice de reciclagem. Enquanto as garrafas PET tem índice de 40%.
Cada nova lata feita a partir da coleta e reciclagem contém 33% de material reciclado. Por sua vez a garrafa de plástico tem apenas 7%; e 98% das embalagens de alumínio recicladas transformam-se em produtos infinitamente recicláveis, enquanto esse índice é de 20% para o plástico.
As latinhas também remuneram bem melhor os profissionais de coleta. Segundo a associação sem fins lucrativos Cempre, o alumínio vale oito vezes mais do que o vidro e catorze vezes mais do que o papelão para o mercado de reciclados.
No Brasil, 97,4% das latinhas são recicladas e retornam às prateleiras em até 60 dias, segundo a Associação Brasileira do Alumínio (Abal). Já o plástico e as garrafas PET encontram uma situação bem menos sustentável.
As garrafinhas de plástico também são as maiores vilãs dos oceanos. Segundo a Ocean Conservancy, um grupo sem fins lucrativos de defesa ambiental, as garrafas plásticas são o terceiro tipo de resíduo mais comumente encontrado nas praias do mundo, atrás somente das bitucas de cigarro e das embalagens plásticas de alimentos.
E, segundo estudo de 2020 da agência científica nacional da Austrália, CSIRO, o fundo dos oceanos abriga 14 milhões de toneladas de microplástico.
GUILHERME DEARO
SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS)