Presença feminina no mercado de tecnologia ainda é baixa


Por Dino

Crédito: DINO

A era digital vivenciada atualmente fez do mercado de tecnologia aquele que mais demanda por profissionais qualificados, já sendo contabilizado um aumento ainda maior no número de pessoas necessárias para desempenhar funções relacionadas ao setor. Ainda que, no Brasil, cerca de 59 mil formandos sejam capacitados na área anualmente, o déficit ainda assim alcança a marca de 106 mil, de acordo com o estudo “Demanda de Talentos em TIC e Estratégia ΣTCEM”, publicado pela Brasscom (Associação Brasileira das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação), e dentre esse número já baixo, em relação à demanda, as mulheres são minoria.

Ainda que um aumento de 60% na participação feminina nesse mercado tenha sido identificada nos últimos cinco anos, segundo dados divulgados pelo CAGED (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), os números seguem discrepantes. De acordo com o relatório da Revelo, as mulheres representam um percentual de apenas 12,7% dos profissionais de tecnologia, enquanto 87,7% dos desenvolvedores são homens.

Para aquelas que adentram o mercado, outros desafios ainda são encontrados. Uma pesquisa conduzida pela consultoria de recrutamento Yoctoo buscou identificar os principais obstáculos enfrentados pela força de trabalho feminina no mercado de tecnologia. Dentre as entrevistas, liderando a lista, está a alegação de 82% das entrevistadas quanto a se sentirem constantemente compelidas a provar suas habilidades técnicas  e, logo em sequência, 51% asseguram que conseguir o respeito de líderes, pares ou subordinados do sexo masculino é a tarefa mais difícil.

Diante de tal situação, Cristina Boner, presidente do conselho fiscal do grupo Drexell, acredita que as principais razões para as mulheres não optarem por uma carreira em setores de tecnologia têm raízes em questões sociais e culturais. 

“A  igualdade de gênero no mercado de trabalho é uma luta antiga das mulheres, e o setor de tecnologia em especial é, historicamente, uma área considerada masculina”, analisa a profissional. “Culturalmente falando, há uma criação de estereótipos de gênero, construídos historicamente, que delegam às mulheres, desde cedo, tarefas e interesses relacionados à esfera do cuidado e ao âmbito privado”, completa.

Ainda de acordo com o estudo realizado pela Yoctoo, com relação às expectativas quanto a mudança do cenário para as profissionais, 52% das mulheres afirmam que o incentivo desde a infância é uma elemento primordial para fortalecer a presença delas nas carreiras de tecnologia e, junto a isso, 48% asseguram que a equiparação salarial em todos os níveis também exerceria impacto na mudança desse cenário.

Para Boner, pensar no panorama atual, existe a necessidade de criar exemplos de sucesso para inspirar pessoas. “As mulheres já vêm buscando seu espaço no mercado há muito tempo, mas, agora, as empresas estão mais conscientes da importância de oferecer oportunidades para elas”, pontua a presidente do conselho fiscal do grupo Drexel. “Afinal, dessa forma, criamos um time diverso, com diferentes ideias, visões e modos de pensar. Para aumentar a representatividade das mulheres e favorecer a liderança feminina, é preciso realizar processos de recrutamento que alcancem também essas profissionais”, finaliza.

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