Victhor Fabiano e seu Igreja da Vila: um novo sopro para a literatura brasileira
O jovem escritor Victhor Fabiano, 22, lançou em junho o seu novo romance, intitulado Igreja da Vila, para deixar claro que a literatura brasileira está na ativa
Que a política é assunto distante para muita gente, isso não é discutido. Podemos dizer que, embora responsável por várias polêmicas a depender da direção para onde a discussão caminha, exercitar o debate político é importante para informar todas as pessoas.
Eis o porquê Igreja da Vila tornou-se tão importante para o leitor brasileiro. É notório: se na literatura a política tem espaço, como sempre caminhou por ela ao tratar dos temas mais urgentes ou escondidos das sociedades, no novo romance de Victhor Fabiano ela está presente para escancarar ao leitor o quanto a sociedade está dentro de nossas casas, nos nossos pensamentos, ou seja: a política está na vida cotidiana, em alguns casos para a destruição – aqui não cabe dar spoiler. Detalhe: Igreja da Vila foi um dos contemplados no 2º Edital de Publicação de Livros da Prefeitura de São Paulo em 2018, financiando a publicação de mil exemplares.
Uma morte inesperada surpreende a Vila São José de Assunção logo depois da eleição municipal – esta Vila construiu-se ao redor de uma Paróquia (católica) e com a influência da família Ronem. Benedito, um dos herdeiros da família, deixa na manga uma carta antes de morrer: revelar segredos obscuros de pessoas influentes na política local. O caminho é pavimentado: vence na Vila um candidato estranho ao poder da Paróquia. Então os destinos sociais, econômicos e políticos alteram-se de forma violenta.
Ao trazer às claras práticas da política concreta, incluindo neste caldeirão a política brasileira, conceitos essenciais para pensar saídas às crises humanas pelas quais estamos passando, e com uma mão única construir espaços, sentimentos, percepções e direções na narrativa, Victhor Fabiano deixa claro: a literatura brasileira está respirando, está prestando atenção na nossa realidade, está preocupada com a nossa vida. Ademais traz um sopro de esperança, pois Victhor foi estudante de escola pública a vida inteira, e foi dentro dela que decidiu ser escritor aos quatorze anos.
Igreja da Vila tem um espaço não apenas importante no ato de pensar o Brasil, mas essencial. E precisa chegar à vida dos leitores.