Em novo recado a Bolsonaro, Doria lamenta ‘beligerância’ e pede paz e harmonia

O governador disse ser necessário finalizar a aprovação da reforma da Previdência na Câmara e depois no Senado e também a reforma tributária, que será pautada em seguida no Congresso


Por Redacao 019 Agora

Wilson Dias/Agência Brasil

O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), que criticou declarações recentes do presidente Jair Bolsonaro (PSL) e disse não ter alinhamento político com o presidente, voltou a alfinetá-lo nesta quinta-feira (1º).

“Acho que o Brasil precisa de paz e harmonia. Os desentendimentos, a beligerância, colocações que geram confronto neste momento, principalmente, não fazem bem ao Brasil. Temos projetos importantes para serem aprovados”, disse Doria após reunião com deputados estaduais na Assembleia Legislativa.

O governador disse ser necessário finalizar a aprovação da reforma da Previdência na Câmara e depois no Senado e também a reforma tributária, que será pautada em seguida no Congresso. 

“Para isso [aprovar as reformas] precisamos de paz, não podemos nos dispersar em desentendimentos e conflitos”, concluiu. Doria não mencionou Bolsonaro, mas fazia referência à série recente de frases do presidente que geraram repercussão negativa.

O governador já havia dito que a declaração de Bolsonaro sobre o pai do presidente da OAB, Felipe Santa Cruz, era inaceitável e infeliz. Para atacar o presidente da OAB, Bolsonaro disse que sabia como o pai dele desapareceu durante a ditadura militar.

O governador paulista, que almeja ser candidato à Presidência da República em 2022, aproveitou a declaração de Bolsonaro, amplamente criticada por setores à esquerda e à direita, para marcar posição e descolar do presidente, a quem apoiou no segundo turno da eleição no ano passado. 

Doria voltou a criticar Bolsonaro ao responder sobre a lei promulgada na quarta (30), que cria o Dia de Oração pelas Autoridades da Nação na terceira segunda-feira de cada mês. A intenção do deputado Reinaldo Alguz (PV), criador da norma, é “que se torne hábito orar, e não criticar, autoridades constituídas no estado de SP e por toda a nação brasileira”.

O governador disse ter promulgado a lei porque “mal não há, não traz custo” e por não ter visto intuito censurador na parte que fala sobre “não criticar” as autoridades. Doria disse que a lei tem o sentido de agregar e unir, e traz o bom sentimento da oração, seja qual for a religião. 
“Se há uma coisa que o Brasil precisa neste momento é de oração, paz e entendimento”, afirmou.

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