03 de dezembro de 2024

Preços dos imóveis deve continuar subindo em 2022

Mesmo com a queda na renda das famílias e a elevação dos preços, a demanda vai seguir aquecida


Por Folhapress Publicado 15/08/2022
Ouvir: 00:00

Os preços de imóveis no Brasil devem continuar em alta, puxados pelos custos da construção acima da inflação no país. A previsão, da Cbic (Câmara Brasileira da Indústria da Construção), foi divulgada nesta segunda (15).


O estudo “Indicadores Imobiliários Nacionais do 2º trimestre de 2022”, feito em parceria com o Senai Nacional e a Brain Inteligência Estratégica, projeta que, mesmo com a queda na renda das famílias e a elevação dos preços, a demanda, entretanto, vai seguir aquecida.


Assim, para Fábio Tadeu Araújo, CEO da Brain Inteligência Estratégica, 2022 será o segundo melhor ano do setor, atrás somente de 2021.

MATURIDADE NO MERCADO IMOBILIÁRIO


“O mercado imobiliário mostra sua maturidade”, afirma José Carlos Martins, presidente da Cbic. Ele prevê aumento no uso do FGTS para a concessão de crédito imobiliário, atendendo a uma demanda que resiste à queda na renda.


Martins afirma que a Cbic tem procurado os candidatos à Presidência da República para defender a proposta de abater parte dos juros do financiamento da casa própria no Imposto de Renda.


A medida, adotada nos Estados Unidos, seria uma forma de ampliar os números do financiamento, afirma ele.


A concessão de crédito pelo SBPE (principal facilitador habitacional do país) deve cair 12% em 2022, em relação ao ano passado, enquanto pelo FGTS deve ter aumento de 31%, segundo a Abecip (Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança).


Para a Cbic, os números mostram que a atividade está mais aquecida do que as projeções do mercado no início deste ano.


A pesquisa analisou dados de 197 municípios, sendo 26 capitais, de todas as regiões do país. Algumas cidades passaram por avaliação individualmente ou dentro das respectivas regiões metropolitanas.


CASA VERDE E AMARELA


Os números referentes aos imóveis do Casa Verde e Amarela caíram consideravelmente no 2º trimestre de 2022 em relação ao mesmo período do ano passado. De acordo com dados da Cbic, houve queda de 36,5% nos lançamentos, 14,6% nas vendas e 15,1% na oferta final.


Para a Cbic, os dados são reflexo de um temor dos empresários com o baixo poder de compra da população e os altos custos da construção. No segundo trimestre deste ano, 36% dos lançamentos de imóveis atendiam ao Casa Verde e Amarela. No mesmo período de 2021, foram 48% do total de unidades.

RECUPERAÇÃO


A previsão de Martins, no entanto, é de que haja aumento dos contratos nos últimos meses do ano, com números próximos aos do ano passado.


A expectativa, portanto, se baseia nas novas regras do programa federal de habitação. O segmento mostra recuperação desde junho, quando a ampliação do prazo de financiamento e de renda do Casa Verde e Amarela começaram a se concretizar.

ANA PAULA BRANCO
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS)