Ao pensar em investimento pecuário, é importante levar em consideração diversas características dos animais escolhidos e seus subprodutos finais. A pesquisa em investimento, custos práticos, retorno e até mesmo personalidade do animal se mostra imprescindível na hora de fechar um negócio. No Brasil atual, são mais de 224,6 milhões de cabeças de gado que, juntamente ao agronegócio, movimentam R$1,98 trilhão – aproximadamente, 27% do PIB brasileiro, segundo a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O gado é responsável pelo fornecimento de carne, leite, laticínios, entre outros.
Entre uma das raças com melhor custo benefício e retorno de investimento, está o Gado Girolando, raça brasileira com 26 anos oficiais de existência.
Segundo o consultor técnico Samuel Bastos, especialista na raça, a primeira cria de girolandos aconteceu no Vale do Paraíba, em 1940, em um cruzamento acidental. Apenas anos depois foram definidas normas para a formação da raça, durante projeto do Ministério da Agricultura iniciado em 1989 para a obtenção de bovino mestiço com características fisiológicas ideais à produção de leite. “O resultado foi um cruzamento bem-sucedido entre as raças Holandesa e Gir, com um gado bastante saudável e produtivo. Segundo a Associação Brasileira dos Criadores de Girolando, o fornecimento de leite da raça, hoje em dia, consiste em 80% da produção do país”, explica o consultor.
Segundo Bastos, as características do Gado Girolando envolvem sua alta adaptabilidade, boa longevidade e rusticidade. Além disso, a raça possui bom comportamento e resiste a altas temperaturas, condição presente na maioria dos pastos brasileiros. “O Gado Girolando tem como aptidão mais acentuada a produção leiteira, e além disso, as fêmeas, ao final da sua vida produtiva, contribuem significativamente para o fluxo de caixa quando são comercializadas,” explica ele.
Atualmente, é também a raça com maior crescimento na produção de sêmen nacional, com aumento significativo de 8% ao ano, segundo dados da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). Isso soma-se ao aumento do reconhecimento do Brasil como exportador de sêmen de qualidade, como pontuam os dados mais recentes da Associação Brasileira de Inseminação Artificial.
Ao ser questionado sobre a eficácia dos investimentos na composição racial meio sangue, Bastos é categórico: “estamos em um cenário muito diferente em relação às raças mães, graças à evolução dos processos de fertilização in vitro e aprimoramento da genética através da genômica”. Além disso, ele complementa “o que a gente tem visto é que a raça girolando assume uma posição na pecuária leiteira em que ela evolui junto ao proprietário, no seu auge produtivo, quando atinge o seu 3° parto, sendo completamente adaptável e rústica”.
Segundo o consultor, todas essas características preveem longevidade e produtividade, o que deixa o investidor consequentemente mais seguro.
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