Durante um pouco mais de um ano, desde o início da pandemia, houve um impacto muito grande em diversos setores da economia. Muitos processos de transformações aconteceram em diversos segmentos, sendo a Educação um dos mais impactados. De uma hora para outra as instituições de ensino se viram obrigadas a interromper as suas atividades presenciais e tiveram que encontrar meios e formas para promove-las à distância, com objetivo de conter a proliferação da covid-19.
A Associação Brasileira de Educação a Distância (ABED) realizou um levantamento especial, com intuito de avaliar melhor o impacto da EAD no ensino presencial durante a pandemia em todo o território nacional, o estudo mostrou que o volume de matrículas no ensino a distância aumentou até 50% na pandemia. Também apresentaram crescimento das taxas de evasão escolar e inadimplência.
Fizeram parte do levantamento de dados para a pesquisa Instituições de Ensino Superior (IES), Ensino Fundamental e Ensino Médio, além de ensino técnico e cursos livres. Ao todo participaram do estudo 51 instituições de ensino, sendo 78,43% das respondentes pertencentes ao setor privado e 21,57%, ao setor público. Para obter uma abrangência nacional o estudo se preocupou em ter participação da maioria dos estados brasileiros. São Paulo, por exemplo, somou 25% e Minas Gerais e Pernambuco 13%, cada um. Para fechar os números mais atualizados a pesquisa aconteceu este ano no formato online, entre os dias 20 de março e 30 de abril.
Um aspecto interessante da pesquisa foi o levantamento de dados sobre a taxa de evasão para cursos de ensino a distância: para 37,3% esse número se manteve, para 27,5 aumentou em até 50% e para 11,8% teve uma diminuição de até 50%. Sobre os dados de inadimplência a pesquisa mostrou que para 21,6% dos cursos EAD houve um aumento de 50% de inadimplentes, já para 35,3% a inadimplência permaneceu constante. Com ações para evitar inadimplência e evasão as instituições de ensino participantes também alegaram que os descontos concedidos para alunos, nos cursos a distância foram menores, representando o equivalente a 15,7% para EAD e 17,6% para o presencial.
Ainda sobre os dados de evasão escolar e pedidos de descontos o estudo abordou informações importantes, como, por exemplo, a qual fato/situação os alunos sustentavam esses pedidos, e mais de 70% dos respondentes apontaram para a crise econômica, seguido de 47,1% à dificuldade dos alunos de se adaptar ao ensino remoto emergencial.
Para 2022, a Associação Brasileira de Educação a Distância (ABED) prevê que o aumento pela procura de cursos EAD ainda pode ser maior, pois muitas Instituições de Ensino Superior (IES) começaram a adotar a nota do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) como processo seletivo e de entrada para os cursos EAD.
A nota do Enem, é muito utilizada por estudantes que procuram vagas em cursos superiores em instituições de ensino que ofereçam descontos através de programas do governo como ProUni, Fies e Sistema de Seleção Unificada (Sisu). O Ministério da Educação (MEC) ainda não divulgou a data das inscrições para o Sisu, porém, a prova do Enem foi aplicada nos dias 21 e 28 de novembro de 2021. De acordo com o edital, o resultado do Enem será divulgado no dia 11 de fevereiro de 2022.
Outro motivo que podem beneficiar o aumento da procura por cursos EAD são as bolsas de estudo.
A oferta por bolsas de estudo está cada vez maior, muitas Instituições de ensino de ensino superior, técnico, médio, de idiomas e até cursos de pós graduação estão aumentando os estoques de ofertas de bolsas de estudos através de plataformas como a Quero Bolsa, que fez um levantamento e identificou um aumento de 90% na oferta de bolsas em sua plataforma. O número contabiliza aumento de bolsas e descontos em diversos cursos e faculdades nas modalidades presencial, semipresencial e ensino à distância de graduação.
De 2019 para 2020, houve aumento de mais de um milhão de ofertas de bolsas. No comparativo dos meses do primeiro semestre de 2020 e 2021, houve um crescimento superior a 900 mil ofertas no estoque.
O número de bolsas de estudos para as classes C e D aumentou 93,62% no primeiro ano de pandemia e 66,71% no período de janeiro a setembro. No que se refere ao estoque de bolsas de ensino à distância de graduação, de 2019 para 2020, no primeiro semestre, houve aumento de 83,34%. De 2020 para 2021, o crescimento foi de 72,67%.
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