Como funciona o setor de investimentos no Brasil?

Registrando dados positivos, especialista explica principais formas de investir, facilidades do setor e cuidados necessários ao iniciar


Por Dino
Como funciona o setor de investimentos no Brasil?

Registrando dados positivos, especialista explica principais formas de investir, facilidades do setor e cuidados necessários ao iniciar

Como funciona o setor de investimentos no Brasil? De acordo com o relatório “Pessoas Físicas – Uma análise da evolução dos investidores” da B3, bolsa de valores do Brasil, divulgado em junho de 2022, os últimos 12 meses registraram 1,3 milhões de novos investidores. Obtendo, assim, um crescimento de 1,26 milhão de pessoas físicas investidoras no mercado de capitais.

O estudo também mostra que, desde o primeiro ano de pandemia (2020), a média de investidores que fazem, no mínimo, um negócio ao mês está acima de 1 milhão. Hoje, esses investidores são responsáveis por 16% do volume negociado na B3. 

CENÁRIO DE INVESTIMENTOS NO BRASIL

O cenário representa que o brasileiro, cada vez mais, têm buscado alternativas financeiras no setor de investimento, até mesmo diversificando suas carteiras. De acordo com o mesmo relatório da B3, até o ano retrasado, a maior parte da base de investidores (51%) se alocava somente em ações. Hoje, contudo, esse número caiu para 35%.

Para Daniela Colombo, formada em Administração, influenciadora do mercado de investimentos e certificada pela ANCORD (Associação Nacional das Corretoras de Valores), essa busca dos brasileiros pelo mercado de investimento cada vez maior se dá pelo fato de que, atualmente, há muita informação disponível sobre o tema.

“Hoje em dia, é possível notar que existem várias corretoras a um bom custo para o investidor que está iniciando. E temos muitos profissionais sérios no mercado que podem ajudar o investidor a investir melhor,” pontua. “Além disso, muito conteúdo gratuito está disponível na internet e diversos cursos sérios ensinando a investir”. 

DEMOCRÁTICO

Se antes esse mercado era algo complexo que só cabia a determinadas pessoas, hoje ele está mais democratizado, principalmente por conta da internet e do fácil acesso às informações. Entretanto, Daniela reforça que há diversos cuidados a serem tomados antes de mergulhar no setor de investimentos.

“No início, tudo parece complicado, as taxas, os sites, as transferências, os rendimentos, escolher o produto, abrir uma conta na instituição, fazer uma transferência para a sua conta de investimentos e investir. Sempre tem aquele medo de fazer alguma coisa errada e perder dinheiro”, comenta. 

A profissional salienta que existem alguns tópicos que são de extrema importância. Como “averiguar ao máximo se a instituição é confiável e conhecer as garantias do investimento. Comparar as possibilidades, diversificar os investimentos em busca de diminuir os riscos. Adaptar-se ao seu perfil dentro do setor e evitar ao máximo promessas de rentabilidade que não condizem com a realidade do mercado”.

OPÇÕES DE INVESTIMENTO

A especialista pontua que, por muito tempo, as pessoas acreditavam que bastava deixar o dinheiro em uma poupança que ele renderia bem. Mas isso já não é mais real. “O que acontece é que o rendimento da poupança não consegue acompanhar a inflação. Assim, ao tirar o dinheiro aplicado, provavelmente, ele estará desvalorizado”, exemplifica. “De uma forma bem simples, podemos dizer que os preços dos produtos e dos serviços do mercado crescem mais que a rentabilidade da poupança. Por isso, ocorre essa desvalorização”, conclui.

ALTERNATIVAS

Com isso, Daniela expõe que existem diversas alternativas para investimento no país. Dentre elas, o Tesouro Direto, que é um tipo de empréstimo que o investidor faz com o Governo Federal.

Nesta modalidade, uma pessoa empresta dinheiro para o governo e ele, em troca, fornece um título de crédito que possui um vencimento determinado.

Ao chegar na data estabelecida, o governo devolve o dinheiro que foi emprestado. Somando os juros aplicados e determinados no momento em que o título foi fornecido.

De acordo com a especialista, o investimento no Tesouro Direto é considerado uma das alternativas mais seguras devido à segurança do emissor: o Governo Federal. 

CDB E TESOURO DIRETO

Outra opção viável é o CDB (Certificado de Depósito Bancário), que funciona como se o dinheiro fosse emprestado a um banco que, ao final do empréstimo, devolve o valor acrescido de juros. 

“Assim como o Tesouro Direto, o CDB também é um tipo de investimento seguro. Se você investir nesses títulos, a sua aplicação terá garantia do FGC (Fundo Garantidor de Créditos), mesmo órgão responsável por proteger a poupança”, explica. 

Em uma proposta mais benéfica, por serem isentos de Impostos de Renda e IOF para pessoas físicas, há a LCI (Letra de Crédito Imobiliário) e LCA (Letra de Crédito do Agronegócio), que são títulos de bancos e instituições financeiras com intuito de captação de recursos para terem investimentos em ambos os setores.

Assim como Tesouro Direto e CDB, essas modalidades também tem garantia do FGC a fim de obter a segurança dos investidores caso aconteça algo com a entidade que emitiu os títulos.    

AÇÕES E FUNDOS DE INVESTIMENTOS

Por fim, Daniela traz as alternativas de ações de empresas e Fundos de Investimentos. “As ações de empresas é quando o investidor realiza a compra de uma ação tornando-se sócio de uma organização, obtendo os lucros com a valorização e vendas das ações. Ou com o pagamento dos lucros compartilhados com os acionistas”.

Diferente dos anteriores, que são de renda fixa, as ações de empresas são produtos de renda variável, uma vez que no mercado de ações é pouco possível afirmar se uma ação vai ou não valorizar.

“O fundo de investimentos é uma modalidade coletiva de aplicação, o que pode ser ideal para pessoas que não possuem muito tempo para ficar operando no mercado financeiro”, explica Daniela. “Isso acontece porque ao escolher essa opção, o investidor coloca o seu capital sob responsabilidade do gestor do fundo, que será responsável por realizar as aplicações e acompanhar o mercado”. 

FORMAS DE INVESTIMENTO

Para a especialista, essas são as seis principais formas de investimento, mas não as únicas, e o futuro investidor deve estar atento ao mercado. Para ela, a expectativa é que 2023 seja um ano de desaceleração da economia, com maior volatilidade, especialmente na taxa de câmbio e a convergência da inflação dependendo do equilíbrio das contas públicas e da volta da estabilidade da dívida pública.

“Dito isso, acredito que seja um bom momento para investir, a taxa de juros está alta o que garante taxas altas na renda fixa e a bolsa traz muitas empresas negociando a preços bons.  Tem alternativa para todos os tipos de perfil, e pensando que o cenário pode ficar mais atrativo, o ideal é alocar capital aos poucos e com constância”, finaliza. 

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