O Brasil já tem o primeiro trecho de rodovia pavimentada com plástico pós-consumo, o asfalto de plástico reciclado.
A aplicação experimental do uso de plástico descartado e reciclado foi feita em um segmento de trecho da pista em Rio Claro (SP).
A iniciativa inédita no país é fruto de uma parceria da concessionária Eixo SP com as empresas Dow, Stratura Asfaltos e Grupo Ecological.
SUSTENTABILIDADE
A Eixo SP estudou sua adaptação às condições climáticas, ambientais e de carga dos veículos do Brasil. E, assim, chegou nesta nova tecnologia de pavimentação asfáltica.
“Para se ter ideia da dimensão do impacto positivo ao meio ambiente, somente neste um quilômetro de teste, serão utilizadas aproximadamente 200 mil embalagens plásticas.” afirma Assis Villela, gerente de pavimentação da Eixo SP.
Um dos idealizadores da pesquisa, Assis complementa:
“Se esta tecnologia fosse utilizada em todas as rodovias do Brasil, mais de 80 bilhões de embalagens plásticas de alimentos poderiam ser eliminadas do meio ambiente”.
ETAPAS DE PRODUÇÃO DO ASFALTO COM PLÁSTICO
Nas Cooperativas de Reciclagem de Lixo parceiras do projeto, primeiramente, o plástico passa por uma seleção e separação.
Primeiramente, a Eixo SP estudou vários tipos de plástico encontrados nas cooperativas parceiras. Foi mais de um ano de estudos e de testes de laboratórios, até encontrar a solução com embalagens plásticas de alimentos.
Antes de serem incorporadas ao asfalto, essas embalagens plásticas são moídas e lavadas para eliminar qualquer contaminação.
Depois, são aglutinadas até serem transformadas em uma massa plástica, que toma formato de pequenos grãos de plástico do tamanho de uma ervilha.
Esses grãos de plásticos são misturados ao asfalto, produzindo assim o ligante modificado com plástico reciclado. Em seguida, este ligante misturado com plástico vai para a usina de asfalto, onde ocorre a mistura com pedras, dentro de um grande tambor aquecido a altas temperaturas, até atingirem a consistência ideal.
Em seguida de todas essas etapas e com todos os controles e testes laboratoriais, o Asfalto com Plástico está pronto para ir à obra e ser feito na rodovia.
LOGÍSTICA REVERSA
Novos testes de laborátorios e em pistas serão feitos com o Asfalto com Plástico na Eixo SP nos próximos dias. Os parâmetros encontrados nos testes indicarão, portanto, sua qualidade em relação ao pavimento executado com o asfalto comum.
“A Eixo SP busca alternativas sustentáveis em sua operação e esta é um ganho ambiental e para a geração de emprego e renda com a maior demanda por plástico das cooperativas parceiras”, acrescenta Assis.
Atualmente as equipes de manutenção estão em Itirapina, São Pedro, Marília e Martinópolis. Com o estímulo do uso do material reciclável de outras cooperativas de coleta seletiva dos municípios, a contribuição com a geração de trabalho e renda por meio da logística reversa, no entanto, será maior ainda.
GRUPO ECOLOGICAL
Parceiro do desenvolvimento da matéria-prima para o aslfato de plástico, o Grupo Ecological, referência em sustentabilidade e inovação no mercado de reciclagem ressalta a importância do uso da resina PCR.
“Esse projeto é muito importante por atribuir valor a materiais que estavam sendo descartados em aterros, rios e oceanos. As Plastics Roads ajudarão a conscientizar a sociedade da importância de se reciclar todo tipo de plástico. O plástico precisa circular!”, destaca Fábio Arcaro Kühl, Diretor-Executivo do Grupo Ecological.
ESG
A Eixo SP adota os conceitos da Governança Ambiental, Social e Corporativa (ESG). Entre as políticas estabelecidas na gestão da maior extensão rodoviária sob concessão do país, estão, por exemplo, projetos de uso de energia limpa.
“A economia verde já é uma realidade nas operações da Eixo SP. Em dois anos de atividade inserimos mais uma inovação, desta vez, nas obras de pavimento. Ao mesmo tempo, a concessionária utiliza veículos elétricos nas operações de balança móvel e suas instalações por energia fotovoltaica. Assim, a empresa caminha com responsabilidade ambiental e tecnologia. Conceitos para que a concessão seja autossustentável e cause impacto ambiental mínimo”, conclui Sergio Santillan, diretor-presidente da Eixo SP.