SP deve ter restrições para eventos com aglomerações

As restrições, que serão anunciadas em entrevista coletiva nesta quarta (12), devem impactar shows, festas e jogos de futebol


Por Folhapress
SP deve ter restrições para eventos com aglomerações

O governador de São Paulo, João Doria (PSDB) - Foto: Governo de SP

O governador João Doria (PSDB), afirmou nesta terça-feira (11) que SP deve ter restrições para eventos de grandes aglomerações diante do avanço da variante ômicron do coronavírus e da epidemia de influenza.


“Vamos ter evidentemente restrições que já foram apresentadas para eventos de aglomerações”, disse. “Grandes aglomerações não são recomendáveis, e o comitê científico do estado de São Paulo já expressou essa deliberação.”

RESTRIÇÕES VÃO IMPACTAR EVENTOS COM AGLOMERAÇÕES COMO SHOWS, FESTAS E JOGOS DE FUTEBOL


O comitê científico se reuniu na tarde desta terça e deve repassar ao tucano as novas diretrizes, que serão anunciadas em entrevista coletiva nesta quarta (12). As restrições devem impactar shows, festas e jogos de futebol.


Doria afirmou, porém, que as novas medidas não afetarão o comércio, serviços, indústria e agronegócio, como noticiou a coluna Painel S.A. “Quero tranquilizar o comércio e o setor de serviços de que não há nenhuma indicação até o presente momento de que restrições poderiam ser implementadas.”


A Prefeitura de São Paulo informou nesta terça que a variante ômicron já responde por 80% das amostras analisadas. De acordo com a Secretaria Municipal da Saúde, das 105 amostras examinadas pelo Instituto Butantan, 20 (19,4%) foram positivas para variante delta e 85 (80,95%) para a nova cepa.


Além disso, na capital paulista já foram identificadas 154 pessoas infectadas com a ômicron.


O Consórcio Intermunicipal ABC anunciou nesta terça que vai pedir ao comitê científico estadual que limite o público permitido nos jogos da Copa São Paulo de Juniores, atualmente na fase de classificação, e do Campeonato Paulista, cujo início é previsto para o próximo dia 23.


Desde o ano passado, ao menos 58 cidades do interior paulista, litoral e Grande São Paulo cancelaram o Carnaval de rua. A Prefeitura de São Paulo tomou a mesma decisão na última quinta (6).

PRESSÃO DO COMITÊ CIENTÍFICO


Houve pressão para o cancelamento por parte do governo estadual. O médico João Gabbardo, coordenador do comitê científico que aconselha Doria, disse que “é impensável manter o Carnaval de rua sem controle de vacinação”.


“A recomendação é evitar que isso [Carnaval] aconteça, porém, a decisão cabe em súmula àqueles que dirigem o comando das prefeituras”, afirmou o governador, na semana passada.


Os médicos do comitê têm acompanhado com preocupação o aumento do número de internações por problemas respiratórios no estado e já falaram no risco de a ocupação atingir 90% nas próximas semanas, caso o ritmo de novos casos se mantenha.

AUMENTO NOS CASOS DE COVID E INFLUENZA


As internações em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) por Covid no estado aumentaram nos últimos sete dias, reflexo da explosão de casos e aumento da transmissão do vírus após as festas de final de ano.


No dia 3 de janeiro, havia 1.141 pacientes em leitos de UTI no estado, com 468 novos registros naquele dia. Já na última segunda (10), o estado contabilizava 1.567 pacientes internados em leitos de UTI, com 795 novos registros, ou cerca de 69,9% a mais.


Em nota, a Secretaria de Estado da Saúde disse que monitora diariamente a pandemia com base nos indicadores, principalmente de internação, avaliados em tempo real, e que identificou um aumento de 30% nas internações de leitos de UTI e enfermaria na última semana epidemiológica, sendo a maioria em leitos de enfermaria.


Como medida contra o avanço do coronavírus, o governo paulista prorrogou o uso obrigatório de máscaras em locais abertos no estado até 31 deste mês. A medida venceria no último dia de dezembro, mas a chegada da ômicron e o aumento de casos de influenza fizeram a gestão estadual reavaliar os planos.

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