Imóvel de podcast A Mulher da Casa Abandonada vira ponto de visitação

Ativistas retiraram neste domingo (3) animais que estavam no local


Por Folhapress
A Mulher da Casa Abandonada

Casarão em Higienópolis onde morou o médico paulistano residiu o célebre médico paulistano Geraldo Vicente de Azevedo - Foto: Google Maps

Uma casa abandonada, cercada de imóveis de luxo em Higienópolis, se tornou um ponto de visitação após ter seu segredo revelado. A movimentação foi despertada pelo podcast A Mulher da Casa Abandonada, da Folha.


Neste domingo (3), integrantes do Instituto Luisa Mell entraram na casa para resgatar dois cães que foram deixados no local. Eles estavam acompanhados do deputado estadual paulista delegado Bruno Lima (PP).


Em vídeo publicado nas redes sociais, o parlamentar diz que a ação foi necessária já que os animais estavam vivendo uma “situação lastimável”.


“Falando com vários vizinhos, a gente soube que isso é um problema antigo do bairro. Isso aqui [a casa abandonada] é um celeiro de doenças. É um problema de zoonose e vigilância sanitária. Tem fezes e urinas nas janelas, ratos andando pela casa. E os animais vivendo nesse ambiente, em uma situação lastimável”, disse o delegado.

A MULHER DA CASA ABANDONADA


A Mulher da Casa Abandonada é uma série do jornalista Chico Felitti e conta a história de Margarida Bonetti, moradora de um imóvel abandonado, em Higienópolis.

Conhecida no bairro, a mulher, que se esconde há anos na casa, escapou da lista de procurados do FBI por acusações criminais nos EUA entre a década de 1970 e a virada dos anos 2000.


O podcast, que estreou em 8 de junho, está na lista dos mais ouvidos e compartilhados do Spotify e tem levado pessoas diariamente a percorrer as ruas próximas à praça Vilaboim em busca da casa abandonada.


“Jamais imaginei essa repercussão. Fico contente que a história tenha despertado a curiosidade das pessoas, mas também preocupado que o documentário escape de forma perigosa para o mundo real”, diz Felitti.

CUIDADOS COM O ENDEREÇO DO CASARÃO ABANDONADO


O jornalista conta que o podcast teve o cuidado de não divulgar o endereço e imagens da casa e de Margarida. Nas redes sociais, no entanto, muitas pessoas têm postado selfies em frente ao imóvel.


“Eu pediria para as pessoas terem cautela para que um crime não resulte em outros em crimes. Vejo com receio a possibilidade de atitudes violentas contra a mulher. Há relatos de pessoas que passam xingando, gritando para ela. Não podemos responder à violência com violência”, diz.


“Não nos falamos desde que o podcast foi ao ar, mas sei que ela ouviu os episódios”, afirma.

ONDE OUVIR A MULHER DA CASA ABANDONADA


Quatro episódios do podcast estão disponíveis nas principais plataformas de áudio, como Spotify, Apple Podcasts e Deezer. Todas as quartas-feiras, às 7h , um novo episódio vai ao ar, até 20 de julho.


O podcast é apresentado e escrito por Felitti, autor do livro “Ricardo & Vânia”, que narra a história de vida de um artista de rua conhecido como Fofão da Augusta. E que foi finalista do Prêmio Jabuti de 2020.

Felitti também criou e apresenta “Além do Meme”, série documental em áudio exclusiva do Spotify. A série foi eleita o Podcast do Ano pelo Prêmio Splash UOL em 2020.

PRODUÇÃO


A série tem participação da atriz e dramaturga Renata Carvalho, que interpreta em português as entrevistas feitas em inglês. De Magê Flores, que apresenta o Café da Manhã, podcast diário da Folha, e também coordena a produção de A Mulher da Casa Abandonada. A edição de som do podcast é de Luan Alencar, e a produção é de Beatriz Trevisan e Otávio Bonfá.


O podcast é uma reportagem que se baseou em registros de um caso de notório interesse público, procurou ouvir todos os envolvidos. E deu espaço às versões dos que se manifestaram. A série não é uma investigação policial nem um processo judicial. A Folha condena qualquer tipo de agressão e perseguição contra as pessoas retratadas.

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