As 10 vítimas da tragédia de Capitólio

As 10 vítimas estavam hospedadas em uma pousada em São José da Barra (MG). Eles eram familiares e amigos uns dos outros. Oito pessoas já foram identificadas.


Por Redacao 019 Agora
As 10 vítimas da tragédia de Capitólio

As 10 vítimas da tragédia de Capitólio

Até a manhã desta segunda-feira (10), 8 pessoas foram identificadas. As 10 vítimas da tragédia de Capitólio estavam hospedadas na mesma pousada, em São José da Barra (MG). Eles eram familiares e amigos uns dos outros.

AS 10 VÍTIMAS FATAIS DA TRAGÉDIA DE CAPITÓLIO ERAM OCUPANTES DA LANCHA “JESUS”

Fotos: Reprodução/Redes Sociais

Rodrigo Alves (40 anos, piloto da lancha, natural de Betim/MG)

Maycon Doulgas de Osti (25 anos, natural de Campinas/SP)

Maycon Douglas de Osti – Foto: Redes Sociais


Camila da Silva Machado (18 anos, natural de Paulínia/SP – namorada de Maycon Doulgas de Osti)

Camila da Silva Machado – Foto: Redes Sociais


Carmem Pinheiro da Silva (43 anos, natural de Cajamar/SP – mãe de Camila da Silva Machado)

Geovany Teixeira da Silva (37 anos, natural de Itaú de MinasSerá enterrado em Serrania)


Geovany Gabriel Oliveira da Silva (14 anos, natural de Alfenas/MG. Será enterrado em Serrania)

Geovany Gabriel Oliveira da Silva – Foto: Redes Sociais

Sebastião Teixeira dos Santos (67 anos, natural de Anhumas/SP)

Sebastião Teixeira da Silva – Foto: Redes Sociais


Marlene Augusta Teixeira dos Santos (57 anos, natural de Itaú de Minas/MG – esposa de Sebastião Teixeira dos Santos)

Marlene Augusta Teixeira da Silva – Foto: Redes Sociais


Julio Borges Antunes (68 anos, natural de Alpinópolis/MG) 

Júlio Borges Antunes foi a primeira vítima identificada na tragédia de Capitólio – Foto: Redes Sociais


Thiago Teixeira da Silva Nascimento (35 anos, natural de Passos/MG. Será enterrado em São José da Barra)

Thiago Teixeira da Silva Nascimento – Foto: Redes Sociais

TRAGÉDIA EM CAPITÓLIO MATOU JOVENS E IDOSOS AMIGOS DE INFÂNCIA

Do alto da MG-050, que margeia os cânions do lago de Furnas, a diarista Vera Lucia Ferreira da Silva, 53, lembrava neste domingo (9) os minutos seguintes à queda de parte de um cânion que testemunhou.


“As equipes de resgate não haviam chegado. Só havia um jet-ski ajudando a tirar o pessoal da água e colocando em um paredão. Pegaram o nosso gelo para estancar sangue [das vítimas]”, disse ela.


Por volta das 15h30, alguns turistas tomavam chuva na beira da rodovia na tentativa de acessar com os olhos o ponto exato da tragédia, algo impossível devido ao relevo.


A professora Talita Nóbrega, 33, moradora de Assis Chateaubriand (PR), disse que seu grupo já estava na lagoa há algum tempo e retornava para a região dos cânions, quando foram avisados sobre o acidente.


“Nós passamos pelo local antes. Estávamos voltando quando nos avisaram do que havia acontecido. É terrível. Arrepiador. Andar de lancha é bom, o passeio é bom, mas tem risco. [Agora] só longe dos paredões”.


O empresário carioca Carlos Storani, 52, e mais oito amigos navegariam neste domingo pelo local. “Nosso passeio era hoje, mas foi cancelado.”


Nas águas abaixo, os mergulhadores dos bombeiros localizaram mais três corpos de vítimas do acidente de sábado (8), que matou dez pessoas. Não há mais desaparecidos.

VÍTIMAS FATAIS ESTAVAM NA LANCHA “JESUS”


Todas as vítimas estavam na lancha Jesus. Era um grupo de nove amigos, além do piloto Rodrigo Alves dos Anjos, 40. Quatro vítimas fatais eram da mesma família, moradores de Sumaré, interior de São Paulo.


Os corpos foram encaminhados para o IML (Instituto Médico Legal) de Passos, na mesma região de Capitólio, onde as famílias das vítimas se encontravam aguardando a liberação para enterro.


Devido ao estado dos corpos, que ficaram mutilados, os médicos legistas têm encontrado dificuldade em identificar as demais vítimas, sendo necessário coletar material genético.


O primeiro corpo identificado e liberado foi do aposentado Júlio Borges Antunes, 68, que era morador da cidade.


Seu corpo chegou ao velório do cemitério de São José da Barra (MG) por volta das 16h30. Sob chuva e forte comoção, cerca de 50 pessoas da pequena cidade estiveram no local, para prestar as últimas homenagens.


Sua sobrinha, a cozinheira Valquíria Antunes, 40, chorava bastante, mas era ela também que tentava dar forças aos seus parentes e amigos dentro do acanhado cemitério.


“Ele estava feliz em encontrar o Sebastião [outra vítima], que era amigo de infância dele.”


A mulher conta que foi uma surpresa saber que o tio estava entre as vítimas, já que ele nunca havia embarcado em uma lancha.


Outro sobrinho, Felipe Antunes, 30, afirmou que seu tio adorava pescar.


O marmorista Rogelhio Francisco das Chagas, 37, afirma que quatro vítimas da tragédia eram de sua família. Segundo ele, o grupo havia deixado a cidade de Serrania (MG) para acampar.


De acordo ele, entre seus familiares mortos já identificados estão o policial militar aposentado de Minas Gerais Sebastião Teixeira da Silva, 63, e a dona de casa Marlene Augusta Silva, 52, esposa de Sebastião.

O filho do casal, Geovane Teixeira da Silva, 37, e o neto Geovane Gabriel Oliveira da Silva, 14, também estavam na embarcação.
“Vieram a passeio. Estavam acampados em um sítio e resolveram andar de barco”, disse Rogelhio.


Quem também se encontrava no Posto de Perícias Integradas de Passos eram os familiares do marinheiro Rodrigo Alves dos Anjos, 40, condutor da lancha e morador de Betim (MG).


A esposa e filha estavam muito abaladas, mas a auxiliar administrativa Milena Rodrigues Alves dos Anjos, 21, disse que seu pai era um piloto experiente.

TRABALHO DE PERÍCIA E INVESTIGAÇÃO CONTINUA


O delegado Marcos de Souza Pimenta, responsável pela investigação do caso, afirmou que “seria prematuro responsabilizar alguém por um acidente dessa magnitude”. Segundo ele, o foco no domingo era a identificação das vítimas do acidente.


Ele afirmou que uma investigação preliminar identificou que as lanchas estavam aptas a transportar passageiros. O delegado diz ainda que o clima nublado e chuvoso pode ter evitado um maior número de mortes. “Caso contrário, ali poderia ter 50 a 100 crianças nadando.”


“Precisamos de apoio de geólogos para saber se essa erosão pode ser provocada pela chuva ou pelo som das lanchas que param e fazem um escarcéu naquele local”, completou o delegado.

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