21 de novembro de 2024

Santa Casa de Piracicaba realiza procedimento inédito para troca de valva aórtica

O procedimento é revolucionário e substitui o tratamento cirúrgico convencional, que exige abertura do peito e circulação extracorpórea


Por Redacao 019 Agora Publicado 13/11/2020
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O EMCOR – Serviço de Emergência do Coração da Santa Casa de Piracicaba executou procedimento inédito na Instituição para tratamento da estenose aórtica calcificada de um paciente idoso, via implante percutâneo e angioplastia coronária simultânea para troca da valva aórtica.

O procedimento é revolucionário  e substitui o tratamento cirúrgico convencional, que exige abertura do peito e circulação extracorpórea.

O procedimento é revolucionário e substitui o tratamento cirúrgico convencional, que exige abertura do peito e circulação extracorpórea
O procedimento é revolucionário e substitui o tratamento cirúrgico convencional, que exige abertura do peito e circulação extracorpórea

O processo teve como instrutor o cardiologista intervencionista dos Hospitais Beneficência Portuguesa e Oswaldo Cruz, de São Paulo, Dr. José Armando Mangione, que executou o procedimento ao lado dos cardiologistas intervencionistas do Serviço de Hemodinâmica do EMCOR, Eduardo Nicolela (CRM 54.281) e Humberto Passos (CRM 73.689).

“Mangione é presidente da Sociedade Latino Americana de Cardiologia Intervencionista e responsável pela execução de pelo menos 700 procedimentos dos mais  de 10 mil já realizados no Brasil com ótimos resultados”, disse Passos e Nicolela ao justificarem o convite para que o cirurgião acompanhasse o processo.

O procedimento teve como instrutor o cardiologista intervencionista dos Hospitais Beneficência Portuguesa e Oswaldo Cruz, de São Paulo, Dr. José Armando Mangione
O procedimento teve como instrutor o cardiologista intervencionista dos Hospitais Beneficência Portuguesa e Oswaldo Cruz, de São Paulo, Dr. José Armando Mangione

Eles explicam que, ao ser implantada, a válvula transcateter amplia o espaço interno (lúmen) da valva aórtica fazendo com que ela volte a funcionar, permitindo o fluxo normal de sangue para alimentar todo o organismo. “Trata-se de um procedimento que vem sendo cada vez mais incorporado no dia a dia da cardiologia intervencionista do Brasil e do mundo”, observaram.

Mangione conta que a válvula é auto-expansível e tem uma capa protetora que, quando retraída, permite que a válvula se abra no anel valvar aórtico, eliminando a estenose, que é um estreitamento anormal da valva que reduz o fluxo de sangue nos vasos sanguíneos do corpo.

Segundo ele, o paciente é sedado durante todo o procedimento, realizado com acompanhamento ecocardiográfico para obtenção de imagens de alta resolutividade.  O  processo ocorre através da região femoral, localizada na porção súpero-anterior da perna, de onde uma artéria é puncionada para introdução de um cateter que vai até a válvula aórtica, uma das responsáveis pela passagem do sangue para circulação sistêmica.

Implantada, a válvula transcateter amplia o espaço interno (lúmen) da valva aórtica, permitindo o fluxo normal de sangue para alimentar todo o organismo
Implantada, a válvula transcateter amplia o espaço interno (lúmen) da valva aórtica, permitindo o fluxo normal de sangue para alimentar todo o organismo

“Tudo é feito sem cortes cirúrgicos, o que faz com que o procedimento seja bem menos invasivo; sobretudo em pacientes idosos que apresentam risco cirúrgico mais elevado”, revela o instrutor.

Quantos aos cuidados, Mangione, Nicolela e Passos alertam para  os principais sintomas da estenose aórtica, que se manifestam através da dispnéia (falta de ar), da angina (dor no peito) e síncope (tontura).  “Esses sintomas podem se manifestar conjuntamente ou de forma isolada”, observaram.

A orientação é para que, diante desses sintomas,  o indivíduo procure um médico cardiologista para avaliação da sintomatologia. “Principalmente se a pessoa for idosa e tiver mais de 65 anos”, alertaram.

Ao agradecer o empenho e presença de Mangione, Humberto Passos e Eduardo Nicolela lembraram que, este ano, o EMCOR completou 30 anos com mais 70 mil procedimentos intervencionistas realizados. “Atuamos nas áreas cardíaca e extra-cardíaca, tratando também carótidas, aneurismas periféricos e cerebrais, embolizações e quimioembolizações de tumores, que apresentaram resultados dignos dos maiores e melhores centros clínicos do país”, disseram.

Segundo eles, a Unidade foi pioneira na implantação do primeiro Departamento de Eletrofisiologia da região para o aprimoramento do estudo invasivo e tratamento de arritmias com ablação, atuando também na área da neurorradiologia intervencionista com larga experiência no manuseio dos aneurismas cerebrais e AVC (Acidente Vascular Cerebral).

“Atualmente, o complexo cardiológico da Santa Casa mantém também Pronto Socorro Cardiológico e UTI Coronariana (UCO) sob o comando de uma equipe multiprofissional que reúne 30 médicos especialistas e funcionários altamente capacitados nas áreas técnica e de enfermagem; todos comprometidos com o atendimento ágil e humanizado a cerca de 1.500 pacientes/mês”, contam.