21 de novembro de 2024

Quando a nostalgia vira festa e um bom motivo para o turismo

Bares, restaurantes, discotecas e locais públicos embalam nos anos 60, 70, 80 e 90 e colocam o país inteiro para dançar na Noite da Nostalgia - a única a parar o Uruguai, perdendo somente para noite da virada


Por Redacao 019 Agora Publicado 08/08/2019
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o dia 24 de agosto o Uruguai para, e durante a véspera do feriado da Declaração de Independência os cidadãos são enfeitiçados pelo poder da noite e grandes sucessos de todos os tempos. As músicas dos anos 60, 70, 80 e 90 evocam aos dançarinos de todos os tipos e cores, em busca de eventos para uma noite de todos com um único slogan: “traer a la memoria y al corazón aquello que fue especial para uno” – em português, trazer à memória e ao coração o que era especial para um.

Além dos velhos tempos de uma era, o que transformou a Noite da Nostalgia em um clássico é o significado que cada um dá aos hit’s do momento, que embora seja o mesmo a cada ano, é o motivo da viagem no tempo e celebração a vida.

Mais informações sobre as festas que acontecem: https://bit.ly/30WNjKe

Postais de um país com piscadelas nostálgicas

Sendo agosto o mês em que os uruguaios saem para dançar em inúmeras propostas organizadas por clubes, discotecas, bares, pubs e festas privadas, sozinhos ou entre amigos, aqui apresentamos algumas atrações turísticas que ilustram as décadas anteriores em um quadro de nostalgia mais significativo na história do Uruguai.

Assim, no mês da nostalgia, entre muitas outras coisas, vale a pena visitar a época colonial, reviver a glória do futebol ou encorajar-se a dar um passeio urbano pela modernidade … Em agosto vale a pena se deixar levar por uma melodia de tango ou imaginar o barulho de artilharia pesada em tempos de disputas entre espanhóis e portugueses.

Em suma, o turismo também tem seu apelo através de diferentes cartões postais que, piscando no presente, nos convidam a olhar para o passado com espanto, curiosidade, gratidão e nostalgia.

1. era colonial

Calle de los Suspiros, Puerta de la Ciudadela y Conchillas…

Fundada pelos portugueses em 1680, Colônia do Sacramento é um tesouro para os nostálgicos, com muitos cantos que seduzem visitantes, como a “Calle de los Suspiros”, um lugar de sonho que parece ter sido parado no tempo. Essa rua, a mais emblemático do bairro histórico, tem uma carga de romantismo das mais nostálgicas.

Outra atração com digital nostálgica é a “Puerta de la Ciudadela”, também chamada de “Puerta de Campo”, inaugurada em 1745, cuja paisagem nos permite ver uma única imagem, um forte, um fosso com uma ponte e grandes pilares de pedra.

Para pessoas nostálgicas olhando para outros continentes, sem dúvida um tour por Conchillas, povoado seduz por seu charme e identidade históricos. A cidade, localizada a 50 km de Colônia do Sacramento, surgiu com a chegada de uma empresa britânica que se instalou, no final do século XIX, para a exploração de suas dunas, destinadas à construção do Porto de Buenos Aires. As casas de pedra com seus telhados vermelhos são um testemunho vivo existente por lá.

2. Tempos de disputas entre espanhóis e portugueses

Forte de Santa Teresa e Forte de São Miguel em Rocha …

Não é o anseio do trovão das balas de canhão, mas dentro do marco da nostalgia, visitar um dos patrimônios mais originais que o Uruguai possui como a Fortaleza de Santa Teresa, no departamento de Rocha, é reviver um momento incrível de a história e remonta ao ano de 1762.

Embora tenha sido construído pela coroa espanhola, a sua fundação e o seu nome são devidos a Portugal. Estrategicamente construído sobre uma elevação rochosa de 58 metros acima do nível do mar, as muralhas da fortaleza eram feitas de uma parede dupla de alvenaria de pedra e unidas por estribos. O espaço estava cheio de terra e entulho para resistir ao disparo da artilharia inimiga.

Dentro do mesmo quadro, mas com mais alguns anos de história, há o Forte de São Miguel, construído pelos espanhóis em 1734 e levado pelos portugueses três anos depois, em 1737, para ser reconquistado pelos espanhóis em 1763. A fortificação, em perfeito estado, valoriza uma rica coleção histórica, reproduzindo os ambientes em que viviam seus ocupantes espanhóis e portugueses.

3. 30 anos: a modernidade invade o Art Deco

Ciudad Vieja: Edificio  Artigas, Edificio Mc. Lean, Edificio Proalmar, Ex Bazar Mitre e Palacio Díaz …

Para aqueles nostálgicos de art déco, sem dúvida, Montevidéu é uma das melhores cidades do mundo para se divertir. Apenas na Cidade Velha, o turista pode andar um pouco e ver muitos exemplos fascinantes deste movimento de design popular que teve o seu esplendor entre 1925 e 1940.

A integração de elementos diversos, como ferragens, vitrais, carpintaria e ornamentos em bronze, juntamente com uma manipulação de volume e espaços muito especial, definem o art déco: um universo de abstração e geometrização. Um marco do art déco de Montevidéu é o antigo Bazar Mitre (1929), com sua estrutura metálica e a importante fachada de vidro. Outro ponto imperdível é o Palácio Díaz (1931), que segundo os conhecedores está afinado – em escala de Montevidéu – com os arranha-céus que surgiram em cidades como Nova York ou Buenos Aires, assim como o Edifício Artigas (1940).

Para viver essa nostalgia arquitetônica, continue andando e chegue ao Edificio Mc. Lean (1931), com suas portas que revelam temas relacionados ao zodíaco e ornamentos mitológicos em concreto e metal. Outro caso de art déco é o Edificio Proalmar, longas linhas horizontais e elementos náuticos que se assemelham a um grande navio lhe definem como uma autêntica estrutura da época.

4. O século XX e uma melodia no DNA da nostalgia: tango

Museu Carlos Gardel, departamento de Tacuarembó…

Embora na noite da Nostalgia a música disco predomine a partir dos anos 60, 70, 80 e 90, para quem se lembra de velhos tempos e sentimentos com outros ritmos e melodias, o tango é sem dúvida um ponto de reunião ideal. Evocando a voz do rei, uma visita por Tacuarembó, traz Carlos Gardel à vida e rememora um glorioso passado uruguaio.

Quando o frio não desafinar e o casaco tiver bom tom, fazer uma viagem ao Valle Edén é uma boa desculpa para acercar-se da antiga mercearia frequentada pelo Criollo Zorzal, atualmente um museu temático dedicado a esta emblemática figura do tango do Rio da Prata

Na mesma área, outros cartões postais turísticos podem inspirar nostalgia, como uma antiga estação de trem, muito bem preservada e que ainda parece, o reservatório de água que antigamente era usado para abastecer as locomotivas.

Numa delas, caminhando pelo Valle Éden e imaginando os passos de Gardel sentimos ressoar no ar a melodia de “Nostalgias”, um tango que o artista nunca cantou, mas que, após sua morte, foi escrito por Enrique Cadícamo e com música de Juan Carlos Cobián para um musical de teatro baseado em sua vida.

5. Início do século 20: quando no Uruguai houve uma tourada

Real de San Carlos, departamento de Colonia …

Como acontece com o futebol, no início do século XX no Uruguai as touradas eram festas muito populares, sendo uma tradição celebrada pelos imigrantes espanhóis que, pouco a pouco, estava perdendo público. Isso, além das recriminações feitas por grupos protetores de animais e influentes políticos, determinou que a prática das touradas era proibida, gerando o vazio e a deterioração de um edifício monumental: a Praça de Touros em Real de São Carlos.

Segundo alguns nostálgicos e conhecedores do assunto, somente entre 1910 e 1912 houve 32 corridas em Colônia do Sacramento, nas quais participaram toureiros de grande importância internacional, como o espanhol Ricardo Torres Bombita agora, o Real de San Carlos se torna um ponto turístico inevitável para os uruguaios e estrangeiros.

Além disso, com a recuperação da Plaza de Toros – em cujas obras a construção do estádio está prevista para a realização de espetáculos esportivos e artísticos, com capacidade para 2.000 -, os espaços turísticos e gastronômicos de seu entorno, sem dúvida, terão um charme particular, em que a cultura das touradas ganhará cor.

6. Décadas de ’30 e ’50: campeões da América e do mundo

Montevidéu e a magia do estádio Centenário …

Na era do gingado, entre 1930 e 1950, o palco musical foi dominado pelas grandes bandas de Duke Ellington ou Count Basie, mas no cenário esportivo, os protagonistas se tornaram os futebolistas e o Uruguai um ponto de destaque no mapa, já que a primeira Copa do Mundo foi realizada em nosso país em 1930 – com a participação de 13 países – e os jogadores de “la celeste” os primeiros a vencer.

Como não ser nostálgico por esses anos! Mesmo antes, o futebol uruguaio manteve o ouro nas Olimpíadas de 1924 e 1928. Em seguida, o feito esportivo se repetiria na Copa do Mundo de 1950, cuja final foi disputada pelo Brasil e pelo Uruguai no estádio do Maracanã, no Rio de Janeiro. Resultando a seleção do vizinho como campeã, num triunfo de 2 a 1.

Neste sentido, Montevidéu tem alguns destinos imperdíveis para fazer da nostalgia outro motivo de celebração. Por um lado, o turista pode ir até o Estádio Centenário, inaugurado em 18 de julho de 1930 – com capacidade para 60.000 espectadores ou ao Museu do Futebol, com uma coleção de objetos de alguns dos destaques da história do futebol do país.