Cozinheiro comenta principais aspectos de “comfort food”


Por Dino

Crédito: DINO

Há cerca de 1,9 milhão de anos, os seres humanos começaram a cozinhar os seus alimentos, antes que seus ancestrais deixassem a África, conforme estudo da Universidade de Harvard publicado na revista “Proceedings of the National Academy of Sciences”. De lá para cá, a gastronomia se desenvolveu e hoje é considerada um patrimônio intangível (imaterial), já que contempla elementos como a arte, o conhecimento, a tradição e a identidade de diferentes povos.

Seguindo esta premissa, o conceito de “comfort food” (comida confortável, em tradução livre) surgiu no começo dos anos 2000 e busca explorar o sentimento nostálgico que pode ser vivenciado por um indivíduo – e que pode se aplicar a uma cultura inteira – por meio do consumo de alimentos que contenham forte valor sentimental.

Em atenção a este movimento, cozinheiros do Brasil e do mundo têm investido em espaços que oferecem este tipo de comida, que foca na simplicidade de preparação, como as comidas de casa, e na entrega de conforto e bem-estar em contraponto à produção mecanizada de grandes fast-foods. Exemplo disso, uma rede de restaurantes especializada em missô ramen abriu uma unidade no bairro da Consolação, em São Paulo (SP).

Márcio Koji Ikawa, sócio-diretor da Misoya Ramen, conta que, ao lado dos pratos, restaurantes que seguem o conceito comfort food devem focar na hospitalidade, a fim de entregar uma experiência completa. A respeito da tendência de busca por comfort food pela sociedade, Ikawa acredita que as pessoas têm valorizado, cada dia mais, pratos que confortam, como aqueles atrelados a uma tradição familiar.

“Sempre valorizamos aqueles pratos da ‘vovó’, da ‘mamãe’ e da pessoa amada. Desde de sempre, mesmo antes que a expressão comfort food se tornasse popular. Porém, nas últimas décadas, devido à correria e ao estresse ocasionado pelo avanço da tecnologia e da globalização, o ser humano tem sentido muita pressão externa e interna”, reflete.

Neste sentido, prossegue, como o estresse é considerado por muitos o mal do século, as pessoas tendem a buscar não apenas lazer como uma válvula de escape. “Acima de tudo, tem crescido a busca por uma alimentação saudável e alimentos que confortam, artifícios que ajudam a superar essa pressão”.

Ramen ganha destaque como comfort food

Ikawa afirma que o ramen – conhecido no Brasil como lámen – tem ganhado destaque como comfort food. “O ramen é um alimento que, ao degustar, sentimos como se estivéssemos ganhando um abraço. Sentimos uma  felicidade, não apenas pelo sabor, mas também pela temperatura que o prato é servido – normalmente, acima de 70ºC graus”.

De acordo com o sócio-diretor da Misoya Ramen, um bom ramen deve ser elaborado com ingredientes naturais de alta qualidade já que, destes, são extraídos ao máximo seus sabores, de forma lenta e demorada, levando horas para ser preparado.

“Ao consumir produtos naturais e saudáveis, como é o caso de um bom missô e de outros ingredientes, nosso cérebro libera dopamina e serotonina, entre outros, proporcionando bem-estar, algo confortante”, afirma. “E, ao consumir com frequência alimentos saudáveis, nosso organismo também se torna mais saudável, elevando a qualidade de vida”.

Para Ikawa, entre as definições de comfort food, estão a que ela abriga os alimentos nostálgicos, de indulgência, de conveniência e de conforto físico e o ramen contempla tudo isso. “Um bom ramen sacia a fome e sustenta por longas horas sem causar desconforto físico. Para tanto, é necessário que o alimento seja preparado com ingredientes de alta qualidade, para que sejam extraídos os seus sabores e nutrientes de forma correta”.

Para mais informações, basta acessar: https://www.instagram.com/misoyabrasil/

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