Reprodução Humana: pandemia muda comportamento das mulheres
Não basta apenas saber como preservar fertilidade, mas também compreender em quais momentos esta opção deve ser considerada. Os fatores externos interferem diretamente na tomada de decisão da mulher. Se ela está buscando a afirmação profissional e estabilidade financeira, é comum querer adiar a maternidade até um momento mais ajustado. Lembrando sempre que a partir dos 35 anos há uma queda natural da fertilidade.
Outro ponto decisivo é a questão clínica, a partir do diagnóstico de doenças graves, como o câncer que, exige tratamentos agressivos com quimioterapia e radioterapia que podem causar problemas no aparelho reprodutor feminino. “Mais recentemente, o fator pandemia veio se juntar a essas causas. As incertezas da COVID-19 e suas variantes vêm fazendo com que muitas mulheres queiram resguardar sua fertilidade para um momento mais indicado do ponto de vista sanitário”, acrescenta o Dr. Alfonso Massaguer, especialista em Reprodução Humana e diretor-médico da Clínica MAE.
Congelamento de embriões
Um tipo de processo que mais traz sucesso para uma possível gravidez no futuro, considerando que o óvulo é fertilizado com o sêmen de um parceiro da mulher, para então ser congelado. O procedimento exige estimulação para a geração de óvulos, que é feita através da aplicação de hormônios, para, então, receber o sêmen pré-selecionado do parceiro da paciente. ”Tem sido muito utilizado desde 2020 pelos casais que desejam ter filhos, mas estão aguardando que a pandemia do COVID-19 termine”, explica o médico.
Congelamento de Óvulos
Opção escolhida pelas mulheres que querem resguardar um pouco da sua fertilidade, porém, não possuem parceiros que possam gerar embriões. Neste processo, a estimulação ovariana é realizada e diversos óvulos são selecionados e assim congelados para uso futuro. “Importante ressaltar que as chances de gravidez com este tipo de método ainda são consideradas pequenas em relação à opção de congelar embriões”, acrescenta Massaguer.
Preservar o tecido ovariano
Opção só é utilizada quando as opções de congelar óvulos ou embriões não estão disponíveis. Nesta ação, são retiradas partes do ovário da mulher, ou mesmo um ovário inteiro, e ele é congelado. Quando a mulher decidir retomar o processo, parte do tecido congelado é usada na tentativa de resgatar sua fertilidade. “Lembrando que nem sempre a estimulação ovariana é possível, e que, por isso, métodos como a coleta e congelamento de tecido ovariano são considerados”, ressalta o especialista, que completa: “como foi demonstrado pelo especialista, diversos fatores são levados em consideração antes de se decidir por quaisquer dos métodos, mas acima de tudo, a idade da paciente, condições de saúde e níveis de fertilidade são pontos fundamentais”, conclui o Dr. Alfonso Massaguer.
Dr. Alfonso Massaguer (CRM 97.335) é médico pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), Ginecologista e Obstetra pelo Hospital das Clínicas e atua em Reprodução Humana há 20 anos. É diretor clínico da MAE (Medicina de Atendimento Especializado), clínica especializada em reprodução assistida.
Website: https://www.clinicamae.med.br/