23 de novembro de 2024

Infectologista esclarece mitos e verdades para manter crianças livres de insetos


Por Dino Publicado 11/03/2022 Atualizado 13/03/2022
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Crédito: Unsplash

Uma das preocupações de muitos pais e mães com a saúde de seus filhos é protegê-los de mosquitos que podem transmitir arboviroses, como dengue, Zika, chikungunya e febre amarela. Segundo a Sociedade Brasileira de Infectologia, a incidência de doenças causadas por arbovírus é expressiva no Brasil, devido ao clima tropical do país, o que facilita a proliferação de insetos que as transmitem.

Segundo Boletim Epidemiológico do Ministério da Saúde, em 2021, foram notificados 544.460 casos prováveis de dengue, 96.288 casos de chikungunya e 6.483 casos de Zika no Brasil (1). Com exceção do total de casos de chikungunya, os outros números foram inferiores a 2020, muito provavelmente devido às medidas de distanciamento e higiene, bem como redução da circulação de pessoas devido à pandemia de covid-19, segundo Marcelo Otsuka, médico coordenador do Comitê de Infectologia Pediátrica da SBI.

“Como essas e outras doenças ainda são presentes em quase todo o território nacional e representam sérios problemas de saúde pública, algumas medidas de cuidado são essenciais para o dia a dia das crianças. A principal prevenção continua sendo evitar a proliferação dos insetos, por meio da atenção aos locais de acúmulo de água, como em vasos de plantas, pneus, latas, garrafas principalmente em locais como jardins, ruas e terrenos baldios. Sempre manter locais com água tampados. Importante também destacar que o uso de repelente, atrelado a outros métodos de prevenção, deve ser adotado ao longo do ano e não somente em momentos de surto de doenças”, declara Otsuka

Dentre as marcas recomendadas por médicos, Exposis conta com diferentes formatos que oferecem proteção de até 10h, com exceção de Exposis Infantil Lenço Umedecido e Exposis Aerossol – que protegem por 9h – e Exposis Bebê, que protege por até 6h. A marca é dermatologicamente testada e, quando usado corretamente na pele, o produto ajuda a evitar picadas do Aedes aegypti, pernilongos e mosquitos. Para esclarecer dúvidas comuns da população, Marcelo Otsuka aponta se são mito ou verdade as afirmações a seguir.

Repelentes podem ser usados em bebês a partir dos 3 meses de vida: verdade 

Já existe no mercado repelente específico para uso em bebês a partir dos 3 meses de idade, que é à base de Icaridina, dura por até 6 horas e tem aprovação da Anvisa. Segundo Otsuka, esse tipo de produto, auxilia na proteção das doenças que podem ser transmitidas por insetos e até mesmo minimiza o risco de alergias e irritações que as picadas podem causar na pele. “Importante salientar que não são todos os repelentes disponíveis que podem ser usados nos bebês. Os pais devem consultar os médicos e seguir as recomendações de uso contidas nos rótulos, além de se certificarem que o produto é à base de Icaridina. Na aplicação, o ideal é usar a quantidade necessária para espalhar o produto de forma homogênea na pele exposta do bebê, evitando as áreas próximas aos olhos, narinas e boca”, destaca o médico.

As crianças só precisam usar repelentes durante os meses mais quentes, pois é quando fazem mais atividades ao ar livre: mito 

 Segundo o médico Marcelo Otsuka, a incidência de mosquitos que podem causar doenças como a dengue pode ser maior nos meses mais quentes, já que eles se reproduzem com maior velocidade neste período, porém é necessário criar uma rotina de uso de repelente durante o ano inteiro, independentemente da região e temperatura do lugar que a criança está. Mesmo nos períodos mais frios, a criança poderá ser picada em regiões expostas do corpo, como mãos, rosto, tornozelo ou nuca.

Usar repelentes todos os dias não faz mal à saúde das crianças: verdade 

A indústria tem se desenvolvido cada vez mais para oferecer produtos confiáveis e que auxiliam no cuidado com as crianças. “A recomendação é para que sempre os pais apliquem os repelentes em seus filhos seguindo as instruções de uso. Como o raio de cobertura do produto é geralmente de 4 centímetros, é ideal que o repelente seja aplicado em toda a região de pele exposta, evitando as mucosas e regiões próximas ao olho. A aplicação idealmente deve ser feita aplicando o produto nas mãos e espalhando no corpo da criança”, orienta Otsuka.

Repelentes não precisam ser aplicados se a criança permanecer dentro de casa: depende 

O médico levanta algumas questões a serem observadas: A criança mora em uma casa? Todas as janelas possuem tela de proteção? Existe muita vegetação próxima à residência? Esses são alguns dos fatores que podem fazer com que o local em que a criança esteja, seja dentro de sua própria casa ou quando está visitando um amiguinho, tenha mosquitos que possam transmitir essas doenças. Até as famílias que vivem em andares altos estão sujeitas a levarem insetos para dentro de casa junto às compras ou elevadores. “O uso de mosquiteiros e telas em janelas ajudam no bloqueio da entrada de insetos, mas, mesmo assim, a utilização de repelentes pode ser necessária considerando todos esses aspectos e, para isso, talvez seja importante que os pais se acostumem com o uso de repelentes em seus filhos até mesmo dentro de casa. Como não conseguimos prever quando a criança poderá ser picada, ainda mais aquelas que são alérgicas, o uso de repelente faz-se importante dentro de uma rotina saudável de proteção”, salienta o médico.

É preciso reaplicar o repelente na criança quando ela se molhar: verdade 

De acordo com Otsuka, o produto deve ser reaplicado sempre que o corpo entrar em contato com a água ou em caso de transpiração excessiva. Apenas para citar alguns exemplos, caso a criança entre na piscina ou pratique uma atividade que a faça suar muito, o repelente deve ser reaplicado, uma vez que o produto age à medida em que ele evapora da pele.

Protetor solar e repelente não podem ser usados ao mesmo tempo nas crianças: mito 

Os repelentes não interagem com o protetor solar, observa o médico da SBI. “Na hora de aplicar, o produto deve ser utilizado depois do protetor solar. A indicação para os pais e responsáveis é que aguardem o protetor solar secar para aplicar, logo na sequência, o repelente”, finaliza.

Referências:

  • Boletim epidemiológico 01. Secretaria de vigilância em Saúde. Ministério da Saúde. Janeiro 2022.

PDF: https://www.gov.br/saude/pt-br/centrais-de-conteudo/publicacoes/boletins/boletins-epidemiologicos/edicoes/2022/boletim-epidemiologico-vol-53-no1.pdf/@@download/file/Boletim%20Epidemiol%C3%B3gico%20Vol.53%20n%C2%BA1.pdf 

Website: https://www.scjohnson.com