Crise hídrica causa preocupação em Valinhos sobre os impactos nesse ano e em 2022
Associação de Engenheiros, Arquitetos e Agrônomos da cidade organizou evento para debater possíveis medidas de contingenciamento
A apreensão sobre os impactos que a crise hídrica pode causar ainda nesse ano e com reflexos para 2022 foi o tema central de debates no encontro virtual “A Crise Hídrica – Temos Futuro em Valinhos”, organizado pela Associação de Engenheiros, Arquitetos e Agrônomos de Valinhos, no último dia 21 de outubro. O Consórcio PCJ foi convidado a participar do evento para expor o cenário hídrico, tendo como palestrante o engenheiro e secretário executivo da entidade, Francisco Lahóz.
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Os eventos climáticos extremos foram destacados por Lahóz como o fator principal que tem pressionado a disponibilidade hídrica. O cenário só não é pior porque ações promovidas após a última grande crise hídrica, estão amenizando os impactos atuais, mas, tendem a intensificar seus reflexos para 2022.
“Ainda assim, parcela Significativa da população fez a lição de casa, com a redução do consumo na capital e interior na ordem de 10%, além da inauguração de importantes obras pelo Governo de SP, o que tem evitado o Cantareira entrar no seu volume morto, já em 2021”, explicou ele.
Nesse sentido, o secretário elencou programas de combate a perdas nas redes públicas de distribuição, Interligações de Sistemas de Saneamento, implantação de projetos de Pagamentos por Serviços Ambientais (PSA) e ações de sensibilização como importantes para diminuir os impactos da crise hídrica atual.
Também participaram do encontro virtual o engenheiro, vereador de Valinhos e membro do Conselho Fiscal do Consórcio PCJ, Luiz Mayr Neto, e a arquiteta e ambientalista, Maria Amélia Leite.
No entanto, Lahóz alertou sobre o empobrecimento do lençol freático nas Bacias PCJ devido à diminuição do volume de chuvas nos últimos quatro anos, com queda de 17% das médias históricas.
E o cenário da crise hídrica pode piorar ainda mais, já que as previsões do Instituto Nacional de Meteorologia preveem para o próximo verão chuvas de 20% a 40% menos intensas que as séries históricas.
EXPERIÊNCIA
Lahóz aproveitou a oportunidade para lembrar da experiência da cidade de Indaiatuba, que criou há mais de 10 anos a “Taxa Municipal de Desenvolvimento”, na qual são inseridos passivos de investimentos em saneamento e em infraestrutura atual e futura, para a autorização de empreendimentos..
O sucesso dessa ação foi tanto, que permitiu a realização de diversas ações de ampliação da disponibilidade hídrica, como a construção de rervatórios de “Usos Múltiplos”, atrelados à ampliação da resiliência verde, com a criação de “Parques Lineares”.
Maria Amélia ainda destacou a importância dos Planos Diretores Municipais na garantia dos remanescentes verdes nas cidades e proteção aos mananciais. Eles poderão oferecer ampliação da qualidade de vida pelas oportunidades de lazer e melhoras do clima local, ao mesmo tempo que se transformam em um complemento de oferta de água para às demandas existentes.
ATUAÇÃO DO CONSÓRCIO PCJ NA CRISE HÍDRICA
Os 32 anos de fundação do Consórcio PCJ, comemorados 13/10, foram lembrados, atentando sobre o impacto da “Campanha Ano 2000 – Redenção Ecológica do Rio Piracicaba”, nas Bacias PCJ.
Segundo Lahóz, houve o envolvimento Associação dos Engeheiros e Arquitetos de Piracicaba, ao lado da EEPFUMEP, mobilizando a a Associação dos Engenheiros de Bragança Paulista, prefeituras e demais atores para a gestão de recursos hídricos de toda a região.
Por fim, todos foram parabenizados pela “implementação eficaz da Governabilidade e Governança da Água e a garantia de sua quantidade e qualidade para as atuais e futuras gerações”.
Helio Bortoletto Júnior, vice-presidente da Associação de Engenheiros de Valinhos, foi o coordenador do encontro virtual, participando ativamente dos debates e concluiu que a proposta de debater Temas Prioritários e Polêmicos, com certeza, foi um grande sucesso.
Sobre o Consórcio PCJ
O Consórcio PCJ, fundado em 1989, é uma associação civil de direito privado, composta por 40 municípios e 24 empresas associados, que atua como uma agência de fomento, planejamento e sensibilização, com o objetivo de recuperar e preservar os mananciais, além de discutir a implementação de políticas públicas voltadas à gestão da água.