Alunos da rede pública lançam livro sobre a história de Piracicaba
Após visitar os patrimônios do município, estudantes viram coautores de obra “Piracicaba - A cidade da gente”, com lançamento nesta segunda (27)
Era uma vez, uma cidade chamada Piracicaba. Um dia, os alunos que lá moravam perceberam o quanto a história daquele lugar fazia parte de suas próprias vidas. Resolveram, então, escrever sobre o rio que batizou o local, a rua do Porto. Bem como as festas do milho, da polenta, do vinho e tudo que só quem entende o dialeto piracicabano consegue entender de primeira!
Esses relatos foram parar no livro “Piracicaba – A cidade da gente”, uma obra com 80 páginas que será lançada nesta segunda-feira (27), no Anfiteatro da Secretaria Municipal de Educação (rua Cristiano Cleopath, 1902 – Alemães). Com direito à sessão de autógrafos dos próprios estudantes às 14 horas.
Piracicaba é um dos municípios escolhidos para ter sua história retratada por seus alunos dentro da coleção “A cidade da gente”. Ao todo, 36 cidades de norte a sul do país, já ganharam – ou estão perto de receber – um livro ilustrado sobre os seus patrimônios. Feito em parceria com professores e estudantes das escolas públicas locais, que assinam como coautores das obras.
Livro sobre a história de Piracicaba
O processo da escrita dos livros começa com a seleção de alunos de diversas escolas da rede pública municipal ou estadual para pesquisarem sobre os patrimônios de suas cidades. Seguindo um roteiro de temas sugeridos por seus gestores e professores. Após a investigação dos assuntos, as turmas dissertam sobre eles e esse material vira o subsídio literário para que escritores profissionais costurem, de trecho em trecho, a narrativa final do livro.
No caso de Piracicaba, o livro contou com o apoio da Secretaria Municipal de Educação e com patrocínio da empresa Lwart Soluções Ambientais, por meio do Proac, uma Lei Estadual de Incentivo à Cultura. A iniciativa venceu o prêmio Retratos da Leitura, do Instituto Pró-Livro, e finalista do Prêmio Jabuti neste ano.
A cidade da gente
Criado em 2015 pela editora Olhares, o projeto “A cidade da gente” existe graças ao patrocínio de empresas interessadas em apoiar não apenas o trabalho de pesquisa dos alunos. Mas também promover a história da região onde atua, por meio de leis de incentivo à cultura.
“Essa atividade favorece a aprendizagem, pois trabalha com temas envolventes e de interesse direto para as crianças. Fazendo com que elas conheçam e valorizem os patrimônios de suas cidades”, afirma Otávio Nazareth, editor da Olhares e coordenador do projeto. “Ao mesmo tempo, o projeto estimula a leitura e a produção textual já que os estudantes são os coautores da obra”, acrescenta ele.
Produção
Produzidos geralmente em pequenos e médios municípios, os livros têm de 1.700 a 2.600 exemplares doados para o uso didático nas escolas da rede pública de educação. O projeto também incentiva o pensamento crítico dos estudantes durante a produção autoral, como preconiza a Base Nacional Curricular Comum, do Ministério da Educação.
A escrita do livro costuma durar um ano letivo. Em um processo que se inicia pela explicação da metodologia para a comunidade escolar envolvida. Seguido por reuniões virtuais periódicas, a presença da equipe em campo, a criação e edição dos textos e ilustrações, até chegar ao grande lançamento quando os alunos e escritores assinam juntos o livro.
Após a publicação, o projeto oferece ainda uma formação de professores para reunir ideias de uso do livro em diferentes disciplinas. Estimulando, assim, o uso pelas turmas ano a ano, em temas diversos, por muitas gerações. Trazendo o ponto de vista das crianças, a coleção consegue perpetuar a memória das cidades abordadas. Além de ampliar as noções de identidade e pertencimento dos estudantes sobre a cidade onde vivem.
Sobre a Editora Olhares
Com um catálogo heterogêneo, a editora Olhares trata de temas da cultura brasileira. Em especial nos campos da arte, da história, da fotografia, da arquitetura e do design. Além de títulos relevantes nesses segmentos, a editora conquistou prêmios como o Jabuti, o Prêmio Design do Museu da Casa Brasileira e o Retratos da Leitura.