Noventa e cinco mil alevinos de pacu-guaçu juvenis foram soltos no rio Piracicaba, em área do condomínio Tamanduá, em Santa Maria da Serra. Inicialmente, seriam soltos 60 mil peixes, mas o número aumentou devido a espécie alcançar o tamanho mínimo previsto, de 10 cm, para repovoamento. A ação da AES Brasil contou com a parceria da Prefeitura, por meio da Secretaria Municipal de Infraestrutura e Meio Ambiente (Simap).
O local é um dos pontos autorizados pela Secretaria Estadual de Meio Ambiente para a ação e apresenta boas condições ambientais para a sobrevivência dos alevinos para contribuir com o repovoamento do Piracicaba. O pacu-guaçu é um peixe nativo da bacia do rio Piracicaba e pode chegar a 20 quilos.
95 mil alevinos foram soltos no rio Piracicaba
Silvio Alves dos Santos, biólogo da AES, explicou que os peixes vão recompor parte do que foi perdido com o desastre ambiental que atingiu o rio Piracicaba e a região do Tanquã, em julho deste ano, causando a morte de toneladas de peixes após descarte de resíduos de cana-de-açúcar pela Usina São José, de Rio das Pedras. “É um trabalho a longo prazo, mas estamos iniciando para chegar até o final do período da Piracema com a soltura de um total de 325 mil alevinos, em vários pontos, para que os peixes possam se abrigar e se alimentar corretamente e, posteriormente, se reproduzirem, mantendo assim, o equilíbrio ambiental”.
A AES Brasil conta com programa de sustentabilidade onde mantém o manejo pesqueiro que envolve o estudo do ambiente aquático, da qualidade da água e das espécies que habitam os reservatórios, além de repovoamentos e reflorestamento nas margens. Nos últimos 10 anos, foram soltos cerca de 3,8 milhões de alevinos, entre as espécies de pacu-guaçu, curimbatá, piapara, dourado e piracanjuba.
Alessandra Freire dos Reis, diretora de Turismo da Semdettur, participou da soltura e falou sobre a importância do rio, como um símbolo de turismo para Piracicaba. “O repovoamento trará vida ao rio, gerando um impacto importante para o turismo da cidade”.
Os irmãos Leonardo e Gabriel Carlet Delázaro auxiliaram na soltura dos peixes. Sua mãe, Maria Amália, contou que sempre os leva para esportes aquáticos na represa, fazendo questão de explicar sobre o respeito e cuidado com a natureza e as espécies que a circundam. “Vi neste momento uma oportunidade para mostrar a eles a importância e a beleza do repovoamento”.
A próxima soltura está prevista para acontecer na região do Tanquã, por se tratar de um local com grande diversidade de plantas aquáticas que servem de esconderijo para as espécies, contra seus predadores.
A soltura de alevinos tem, ainda, como parceiros o Instituto Beira Rio, SOS Rio Piracicaba, Remo Piracicaba, Escoteiros São Mário, Ascapi (Associação de Canoagem de Piracicaba), Pira no Ploogin, Aperp (Associação dos Pescadores Esportivos do Rio Piracicaba), Na Pegada Ambiental, Cecília Hadadd, Unipira, Ama Nova Piracicaba e Prefeitura de Santa Maria da Serra.
Responsabiliade
A Prefeitura de Piracicaba, por meio de suas secretarias e do Semae, agiu rápido quando tomou conhecimento da mortandade dos peixes, em 07/07, acionando a Cetesb, que identificou os culpados.
Com a morte de toneladas de peixes, que ficaram parados nas margens do Piracicaba e nas ilhas de vegetação do Tanquã, a Prefeitura deu início a uma operação emergencial para retirada desses peixes, o que evitou um desastre ainda maior.
A Prefeitura realizou a limpeza das margens e criou, por meio de decreto, o Grupo de Patrulhamento Aquático da Guarda Civil Metropolitana (GCM) com o objetivo de fiscalizar e exercer vigilância em toda a extensão do rio Piracicaba e rio Corumbataí e demais afluentes dos mananciais, além das medidas de repovoamento, fundamentais para manter o equilíbrio da biodiversidade local.