A prevenção do câncer de mama foi tema de bate-papo promovido pela Procuradoria Especial da Mulher da Câmara Municipal de Limeira nesta sexta-feira, 1º de outubro. O evento contou com a participação das procuradoras da Mulher no Legislativo. Foram convidadas para o debate a oncologista Ivania Fávero e a presidente da Associação Limeirense de Combate ao Câncer (Alicc), Fernanda Varga. Elas são reconhecidas na cidade pelo trabalho de prevenção e de acolhimento às mulheres diagnosticadas com o câncer de mama.
O evento foi aberto pela procuradora Especial da Mulher, Mariana Calsa (PL). “Outubro Rosa nasceu em 1990 e tem o objetivo de conscientizar em relação ao câncer de mama e sobre a necessidade do diagnóstico precoce. É um movimento importante, mas temos que falar disso o ano todo. Temos que relembrar as mulheres de fazerem, todos os meses, o autoexame e acompanharem a própria saúde”, defendeu a parlamentar, fazendo um alerta: “o câncer de mama, infelizmente, é o que mais mata mulher no nosso país.”
A procuradora fez um agradecimento aos vereadores e demais autoridades presentes, além de enaltecer a atuação das convidadas no município. “Fico feliz e grata por encabeçar esse evento da Procuradoria e gostaria de dizer às mulheres que contem com a gente para cuidar da saúde, da segurança; estamos aqui à disposição para protegê-las em todos os âmbitos”, declarou Mariana.
O presidente da Câmara, Sidney Pascotto, Lemão da Jeová Rafá (PSC), ressaltou o papel de um órgão especial que atua no Legislativo em defesa da mulher. “Ter conquistado esse espaço da Procuradoria tempos atrás foi importante para o desenvolvimento de políticas públicas”, disse. Por fim, ele comentou que o evento é fundamental para que os homens e mulheres aprendam sobre os cuidados com a saúde da mulher, como o diagnóstico precoce do câncer de mama.
O prefeito Mario Botion (PSD) discursou por meio de vídeo transmitido no evento. “Conscientização para a vida toda significa que em todo momento as mulheres devem se preocupar com a questão do câncer de mama, com ações preventivas, fazendo o autoexame, e com o apoio médico, fazendo mamografias. Isso tudo para se prevenir de um câncer que acomete muitas mulheres, mas, que, quando é diagnosticado no início, permite a sua cura”, afirmou.
Participaram do encontro realizado no Plenário Vereador Vitório Bortolan as vereadoras Lu Bogo (PL), primeira-procuradora adjunta; Terezinha da Santa Casa (PL), segunda-procuradora adjunta; Tatiane Lopes (Podemos), terceira-procuradora adjunta e Isabelly Carvalho (PT), quarta-procuradora adjunta. Marcaram presença ainda a vice-prefeita Erika Tank (PL), a primeira-dama e presidente do Fundo Social de Limeira, Roberta Botion, os vereadores Ju Negão (PV) e Elias Barbosa (PSC).
Não houve presença de público por conta das restrições impostas pela pandemia. O conteúdo foi transmitido ao vivo e pode ser acessado nos canais oficiais da Câmara Municipal de Limeira, no Facebook e no Youtube.
Conscientização
Foram sete perguntas norteadoras elaboradas às convidadas, que puderam falar sobre prevenção da doença, diagnóstico, cuidados na pandemia, acolhimento de mulheres com câncer. A mediação foi feita pela vereadora Terezinha da Santa Casa.
Diagnóstico e conscientização foram destacados na fala da oncologista Ivania Fávero. “O câncer tem um estigma muito grande, pois é associado à morte. Hoje isso mudou e temos que informar às pacientes sobre o papel da prevenção e do diagnóstico precoce. Quanto antes isso ocorre, mais chance a gente tem de cura, ou seja, de a paciente nunca mais ter a doença”, explicou.
A importância da mama e o impacto da doença na vida da mulher foram outros pontos abordados pela médica. “A mama é um órgão muito importante para a mulher, seja na parte estética, reprodutiva, na amamentação do filho. Infelizmente o câncer de mama é uma doença mutilante. Então, sem o diagnóstico precoce, chegamos à cirurgia de mastectomia, que é a retirada total da mama. É imprescindível conscientizar, informar, ter melhor acesso e tratar a doença, sem preconceitos”, orientou Ivania Fávero.
Ela lamentou que na pandemia as pessoas pararam de procurar ajuda médica e de fazer os exames de rotina, principalmente a mamografia. “O mais triste é que, com isso, estamos fazendo o diagnóstico de doença em estágio mais avançado”, disse. A oncologista mencionou que o autoexame (para detecção de nódulos ou de alteração na mama) deve ser realizado uma vez por mês, após o período menstrual. “Mais de 60% dos casos são detectados no autoexame. A gente tem que se olhar, se tocar; e ao perceber algo diferente na mama, tem que procurar o médico”, informou.
Ainda no bate-papo, a presidente da Alicc falou sobre o papel da instituição em favor do bem-estar e do acolhimento da pessoa que tem câncer. Segundo Fernanda Varga, a equipe formada por assistente social, psicóloga, nutricionista e fisioterapeuta está preparada para receber a paciente com todo apoio necessário, inclusive oferecendo peruca, sutiã e prótese. “Aqui você vai ter todo cuidado e carinho, aqui você vai ter uma vida nova e não vai estar sozinha, aqui você vai encontrar pessoas como você e vamos estar juntos. Essa é uma bandeira da Alicc, é lutar junto para que a pessoa vença a doença”, garantiu.
Procuradoras
Após o debate, o espaço de fala foi aberto às procuradoras para considerações finais. Lu Bogo disse que é fundamental estabelecer estratégias e ações para que todos os meses as mulheres sejam orientadas a realizar o autoexame e a procurar a rede de atendimento. A vereadora Terezinha enalteceu os serviços e as equipes do Centro de Oncologia de Limeira (COL). A unidade atende mais de mil pacientes por mês.
Também contribuiu com a discussão a vereadora Isabelly Carvalho. Ela citou dados sobre as mortes causadas por câncer de mama no público trans. “Este tipo de câncer mata 47% mais as mulheres trans do que os homens”. Já Tatiane Lopes enfatizou que os multiplicadores das informações relacionadas à prevenção podem salvar vidas. “Por isso, eventos como esses são tão importantes”, frisou.