Essencial para a eficiência operacional do saneamento básico da cidade, as ações de combate às perdas de água no sistema de distribuição de Limeira estão entre as principais medidas preventivas do plano de contingência elaborado pela BRK Ambiental, concessionária responsável pelos serviços de água e esgoto do município, para o enfrentamento dos próximos meses de estiagem.
O primeiro trimestre de 2021 foi o mais seco dos últimos seis anos, de acordo com os dados do monitoramento pluviométrico do Rio Jaguari (captação) e da Estação de Tratamento de Água (ETA) do município. Janeiro, fevereiro e março acumularam 510 milímetros de chuva na cidade, volume 22% menor que o registrado no mesmo período em 2020, que foi de 650 milímetros.
No comparativo histórico, é o menor acumulado para o período desde 2014, ano da pior crise hídrica vivenciada pela região Sudeste. Naquela ocasião o primeiro trimestre do ano registrou um acumulado de 295 milímetros de chuva. Na cidade, a média histórica para o período é de 594 milímetros, o que significa que as precipitações (chuvas) de 2021 ficaram 14% abaixo da média esperada para os três primeiros meses do ano.
Com a menor ocorrência de chuvas já apontadas no boletim climatológico elaborado pelo Instituto Internacional de Pesquisa em Clima e Sociedade (IRI-CPC), análise responsável por indicar que as precipitações neste primeiro semestre do ano devem se manter abaixo da média, e com o menor volume de chuvas na região que abastece o Sistema Cantareira, que tem influência sobre as bacias hidrográficas dos rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí (PCJ), onde Limeira está inserida, a BRK Ambiental reforça suas ações de melhorias e investimentos em todo o sistema de água do município. Todas as medidas têm papel fundamental num possível agravamento da disponibilidade hídrica durante o ano.
Dentre as ações está o programa de combate às perdas de água, que tem por objetivo oferecer maior disponibilidade de água para a população, diminuindo o impacto ambiental na captação e prestando um serviço de qualidade para a cidade. “São ações que ocorrem durante toda a concessão, e que já colocam Limeira como referência nacional em saneamento, mas que estão sendo reforçadas neste ano como uma das medidas de enfrentamento aos períodos mais secos de 2021”, explica Rogério Lima, gerente de operações da BRK Ambiental em Limeira.
As perdas de água nos sistemas de abastecimento correspondem, basicamente, à diferença entre o volume total de água captado e produzido nas estações de tratamento combinado à soma dos volumes medidos nos hidrômetros instalados nos imóveis da cidade. A diferença entre o que foi produzido e o volume medido representa as perdas de água no sistema de distribuição; significa que a água, de alguma maneira, foi desperdiçada, seja por vazamentos, por falhas no sistema de medição ou até por ligações clandestinas.
De acordo com dados do Ranking do Saneamento, divulgado pelo Instituto Trata Brasil em março deste ano, o país perde 39% da água potável produzida, o que significa que para cada 100 litros de água produzida no Brasil, 39 litros não chegam formalmente a nenhum imóvel. Limeira encerrou 2020 com um índice de 18,4% em perdas de água. Numa comparação com 1995, quando os serviços de água e esgoto foram concedidos à iniciativa privada, as perdas no sistema de distribuição da cidade eram superiores a 45%.
O atual índice de Limeira já coloca a cidade como a melhor classificada em redução de perdas de água no Ranking do Saneamento. Neste ano, a cidade apareceu em primeiro lugar no comparativo sobre o índice de perdas volumétricas, que avalia a quantidade de litros de água perdida diariamente por ligação. Na análise de outros indicadores de eficiência, também relativos às perdas de água, o município se mantém em destaque sempre com os menores níveis de perdas em faturamento e distribuição.
A BRK Ambiental busca, de forma contínua, aprimorar o sistema de controle de perdas adotado em Limeira. Neste ano, estão previstas a substituição de oito quilômetros de redes antigas e de 1.600 ramais de ligação, a criação de novas zonas de macromedição e a ampliação do sistema de otimização de bombas. Também fazem parte do cronograma anual de trabalho da empresa a continuidade dos serviços de caça vazamentos invisíveis, a substituição de 12,5 mil hidrômetros e a fiscalização de pontos de fraudes e irregularidades.
“O combate às perdas de água é indispensável para a preservação dos recursos hídricos e fundamental para o enfrentamento de períodos de estiagem. Toda a água que hoje é preservada fará a diferença em períodos mais secos do ano”, reforça Lima.
A concessionária também vai incentivar o controle do desperdício de água junto à população. “O pouco volume de chuvas em 2021 já tem demonstrado a necessidade de um compromisso coletivo para a prática de um consumo consciente de água. Pequenas atitudes fazem uma grande diferença no uso e na preservação dos recursos hídricos”, afirma o gerente.