23 de novembro de 2024

Polícia Civil prende oito pessoas em apoio à operação “Rota da Seda”, em Campinas

A ação teve como objetivo desarticular uma organização criminosa especializada em furtos, roubos e receptação de veículos que, na última década, teria enviado ao menos dois mil automóveis cortados ao DF


Por Redacao 019 Agora Publicado 01/10/2019
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A Polícia Civil de Campinas prendeu oito pessoas em apoio à operação “Rota da Seda” deflagrada pela Polícia Civil do Distrito Federal em conjunto com outros estados, nesta segunda-feira (30). A ação teve como objetivo desarticular uma organização criminosa especializada em furtos, roubos e receptação de veículos que, na última década, teria enviado ao menos dois mil automóveis cortados ao DF.

Os trabalhos foram realizados por cerca de 450 policiais, com apoio de três aeronaves e 100 viaturas, para o cumprimento de aproximadamente 120 mandados de prisão e de busca e apreensão, além de interdições em lojas do DF e dos Estados de São Paulo e Goiás.

No território paulista foram mobilizados cerca de 100 policiais, que cumpriram oito mandados de prisão e 11 de busca e apreensão, além de um flagrante por porte ilegal de arma, nas cidades de Campinas, Louveira, Sumaré, Valinhos e Indaiatuba. “Foram presas em Campinas e cidades próximas alguns dos chefes do grupo criminoso. Eles que tomavam as decisões e passavam as diretrizes”, explicou a delegada Isabela Meireles, da PC do DF.

Investigações, que tiveram início há um ano, apontaram que a organização criminosa subtraía veículos em Campinas e região, os cortavam em galpões e imediatamente os levavam para lojas do DF, três vezes por semana, com a utilização de caminhões e notas fiscais frias, impedindo que a ação ilícita fosse identificada.

De acordo com a delegada, outro ponto que dificultava a descoberta do esquema era o fato dos criminosos apresentarem as peças como sendo sucata, o que justificava a inexistência de números identificadores e facilitava o transporte da carga, passando por bloqueios policiais.

O esquema só começou a ser descoberto após as equipes apreenderem um dos caminhões e toda sua carga. “Nós conseguimos montar carros inteiros com as supostas peças de sucata e, com a ajuda do Instituto de Criminalística e de equipes da Divisão de Adulteração de Desmanche, identificamos alguns automóveis como sendo oriundos de furtos e roubos”, contou a delegada.

Depois, policiais se infiltraram no comércio de autopeças de Taguatinga – DF se passando por empresários e simularam a compra de lotes de peças, descobrindo todo o modus operandi até chegar nos núcleos da organização.

Nos três estados, a operação resultou em cerca de 40 prisões, em sua maioria pelos crimes de organização criminosa, roubo qualificado, receptação qualificada, lavagem de dinheiro, uso de documento falso e fraude tributária. Além disso, foram apreendidos arma, celulares, notas fiscais e carros. 

As lojas dos criminosos foram interditadas e houve a decretação de amplo bloqueio patrimonial, havendo congelamento de contas bancárias, registro de imóveis e carros. 

“O grande acontecimento dessa operação, o motivo para ela ter dado certo, é porque os integrantes da quadrilha negligenciaram a expertise da polícia na integração e investigação em estados diferentes. Foi um trabalho de união e com resultado exitoso”, destacou o delegado Oswaldo Diez Júnior, coordenador da Unidade de Inteligência Policial (UIP), do Departamento de Polícia Judiciária de São Paulo Interior 2 (Deinter-2).