A Prefeitura de Campinas abriu um chamamento público para que consórcios ou empresas apresentem estudos com o objetivo de implantar um modal ferroviário urbano entre o pátio ferroviário da cidade, na região central, e o aeroporto internacional de Viracopos.
O trecho ferroviário entre o centro do mais populoso município do interior paulista e o aeroporto tem 18 quilômetros. O objetivo do governo do prefeito Dário Saadi (Republicanos) é que os grupos interessados apresentem estudos técnicos para subsidiar a modelagem de uma concessão para a implantação e a operação do ramal.
Por meio da assessoria da prefeitura, Saadi disse que o edital é o primeiro passo de um importante projeto para a região metropolitana de Campinas.
Os estudos que forem apresentados pelos interessados indicarão, conforme a prefeitura, se o modelo mais viável será uma concessão ou uma PPP (Parceria Público-Privada).
A decisão de publicar no Diário Oficial do Município o edital de chamamento ocorreu após autorização da comissão de gerência do programa municipal de PPPs, em 19 de março.
Além de projetar o modelo, quem se interessar deverá apresentar levantamentos e estudos sobre a operação, inclusive econômico-financeiro e jurídico e que tecnologia usará -que gere baixa emissão de carbono.
O prazo para apresentar requerimentos para fazer os estudos é de 30 dias e, quem for selecionado, terá três meses para entregar suas propostas.
Campinas já teve, nos anos 1990, um VLT (Veículo Leve sobre Trilhos), mas uma série de problemas fez com que o sistema operasse por poucos anos no município.
O VLT foi construído entre agosto de 1990 e abril de 1993 pela empresa Mendes Júnior, vencedora de um processo de licitação conduzido pela extinta Fepasa (Ferrovias Paulistas S.A.). Em novembro de 1990, foi inaugurado experimentalmente e, até 1993, transportava em média 15 mil passageiros por dia.
A obra utilizou recursos do governo do estado. Inicialmente, estavam estimadas em US$ 50 milhões (R$ 284 milhões), mas o valor ao final do contrato havia saltado para US$ 120 milhões (R$ 681,6 milhões), segundo anúncio feito pela própria direção da Fepasa à época.
O sistema foi desativado em fevereiro de 1995, quando 150 funcionários foram demitidos, e teve como principal problema a falta de integração com outros modais de transporte.
No total, o VLT tinha 7,8 quilômetros e passava por oito estações erguidas em concreto pré-moldado.