Americana em alerta: mais de 6.900 infectados e 24 mortos por dengue em uma das piores epidemias da história da cidade
Sala de Situação reuniu hospitais e secretarias para medidas emergenciais após cidade registrar números alarmantes. Vacinação de crianças e adolescentes avança enquanto equipes intensificam visitas domiciliares. "Prevenção é tarefa coletiva", alerta secretário de Saúde.

A cidade de Americana atravessa um dos momentos mais críticos de sua história recente na saúde pública. Em reunião realizada nesta segunda-feira (28), a Sala de Situação Municipal de Prevenção e Controle de Arboviroses confirmou números alarmantes: o município já registra 6.909 casos confirmados e 24 óbitos relacionados à dengue.
Americana enfrenta crise sanitária com 24 mortes confirmadas por dengue
“Seguimos trabalhando com responsabilidade e união para minimizar os impactos da dengue no município. A prevenção é uma tarefa coletiva, e cada ação de conscientização, fiscalização e atendimento faz a diferença para proteger a saúde da nossa população”, afirmou o secretário de Saúde, Danilo Carvalho Oliveira, que abriu o encontro emergencial.
Os números colocam Americana entre as cidades mais afetadas pela doença na região e exigem mobilização total das autoridades e da população. A alta taxa de letalidade preocupa especialistas e motiva a intensificação das medidas de controle.
Crianças e adolescentes recebem vacina contra dengue em Americana
Durante a reunião, a coordenadora da Vigilância Epidemiológica, Carla Brito, apresentou o andamento da campanha de vacinação destinada a crianças e adolescentes de 10 a 14 anos. Esta faixa etária foi priorizada pelo Ministério da Saúde devido à alta incidência da doença neste grupo.
“Estamos monitorando de forma permanente a evolução dos casos, reforçando estratégias de vacinação e orientações junto às unidades de saúde e às famílias”, explicou Carla, que destacou a importância da imunização mesmo durante o surto.
A vacina contra dengue, disponibilizada pelo Sistema Único de Saúde (SUS), oferece proteção contra os quatro sorotipos do vírus e representa uma esperança para redução de casos graves e hospitalizações em futuras temporadas da doença. Autoridades de saúde reforçam que pais e responsáveis devem procurar as unidades de saúde para garantir a proteção das crianças.
Operação casa a casa: agentes intensificam visitas para eliminar criadouros
A prefeitura de Americana segue com operações intensivas de campo para eliminar focos do mosquito Aedes aegypti. Segundo Antônio Donizetti Borges, diretor da Unidade de Vigilância em Saúde (Uvisa), equipes municipais estão realizando visitas domiciliares, inspeções em pontos estratégicos, mutirões de retirada de criadouros e operações de nebulização.
“O combate ao mosquito transmissor precisa ser diário e compartilhado. Estamos intensificando visitas domiciliares, inspeções em pontos estratégicos, mutirões com retirada de criadouros e operações de nebulização, mas o apoio da população é essencial para eliminarmos os focos dentro das casas”, afirmou o diretor.
As autoridades de saúde destacam que cerca de 80% dos criadouros do mosquito são encontrados dentro das residências, o que torna fundamental a colaboração dos moradores na eliminação de recipientes que possam acumular água.
Hospitais públicos e privados unidos no enfrentamento da epidemia
A gravidade da situação mobilizou tanto o setor público quanto o privado. A reunião da Sala de Situação contou com representantes de diversos hospitais que atendem a população americanense: São Lucas, Unimed, São Francisco e o Hospital Municipal Dr. Waldemar Tebaldi.
Os representantes das unidades de saúde compartilharam dados sobre atendimentos, internações e protocolos de tratamento, buscando padronizar as abordagens e garantir o melhor cuidado possível aos pacientes infectados.
Também participaram do encontro representantes das UPAs Dona Rosa e São José, do Pronto Atendimento do Antônio Zanaga, fundamentais na linha de frente do atendimento aos casos suspeitos, além de membros da Secretaria de Comunicação Social e Tecnologia da Informação, DAE (Departamento de Água e Esgoto), Conselho Municipal de Saúde e Secretaria Municipal de Educação.
Como identificar a dengue e quando procurar atendimento
Com o alto número de casos, as autoridades de saúde reforçam a importância de conhecer os sintomas da dengue e saber quando procurar atendimento médico. Os sintomas mais comuns incluem:
- Febre alta (acima de 38°C)
- Dor de cabeça intensa
- Dor atrás dos olhos
- Dores musculares e nas articulações
- Náuseas e vômitos
- Manchas vermelhas na pele
Os sinais de alerta, que indicam necessidade de procurar atendimento médico imediato, são:
- Dor abdominal intensa e contínua
- Vômitos persistentes
- Sangramento (nariz, gengivas ou em fezes)
- Letargia ou irritabilidade
- Diminuição da urina
- Queda repentina da temperatura
- Desmaios
Plano emergencial: o que a Sala de Situação está fazendo para controlar a epidemia
Instituída pelo Decreto Municipal nº 13.703, de 27 de março de 2025, a Sala de Situação tem como objetivo promover a integração entre secretarias e órgãos parceiros, garantindo ações coordenadas de prevenção e enfrentamento das arboviroses, além de agilizar processos administrativos e a tomada de decisões.
Entre as medidas que estão sendo implementadas ou intensificadas estão:
- Ampliação das equipes de campo para visitas domiciliares
- Reforço nas operações de nebulização em áreas críticas
- Mutirões de limpeza em terrenos baldios e áreas públicas
- Campanhas educativas em escolas e comunidades
- Monitoramento diário dos casos e internações
- Distribuição de repelentes para grupos de risco
- Intensificação da vacinação na faixa etária elegível
Como os moradores podem ajudar a combater a dengue em Americana
As autoridades reforçam que a participação da população é crucial para o controle da epidemia. Ações simples que podem fazer a diferença:
- Verificar quintais semanalmente: Eliminando recipientes que possam acumular água
- Manter caixas d’água bem tampadas: Garantindo que não haja frestas para entrada do mosquito
- Limpar calhas: Evitando acúmulo de folhas e detritos que possam reter água
- Guardar garrafas vazias de cabeça para baixo: Impedindo o acúmulo de água
- Encher pratinhos de plantas com areia: Evitando que se tornem criadouros
- Descartar lixo adequadamente: Evitando que recipientes se tornem reservatórios de água
- Permitir a entrada dos agentes de endemias: Facilitando as inspeções domiciliares
Serviço
- Sintomas de dengue? Procure a UPA mais próxima
- Denúncias de focos do mosquito: Ligue para (19) 3475-9700
- Vacinação contra dengue: Disponível nas UBSs para crianças e adolescentes de 10 a 14 anos
- Informações: www.americana.sp.gov.br/saude