Apla participa de discussões sobre bioenergia durante COP28
Nos dias 3 e 4 de dezembro, executivo da entidade falará sobre oportunidades do setor sucroenergético para transição energética de baixo carbono
A busca por soluções energéticas sustentáveis é um dos principais desafios globais da atualidade e requer ações efetivas a curto prazo. Nesse sentido, o Brasil se destaca como líder em iniciativas para reduzir as emissões de CO2 equivalente em setores como transportes, agricultura e em outras áreas produtivas. A inovação e a tecnologia são parte do DNA do país, atraindo a atenção mundial para essas iniciativas.
Por essa razão, o Projeto Brazil Sugarcane Bioenergy Solution, resultado da parceria entre o Arranjo Produtivo Local do Álcool (APLA) e a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil), estará presente nas discussões sobre transição energética durante a 28ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP28).
No dia três de dezembro, o diretor executivo do APLA, Flávio Castellari, abordará o potencial do biogás globalmente e as oportunidades geradas para o Brasil no painel “Desfossilização a partir da economia circular: a contribuição do biogás para a transição energética no Sul global”.
“O modelo brasileiro de bioenergia é altamente replicável globalmente, permitindo a escalabilidade da tecnologia de produção. Há um vasto potencial para replicar esse modelo em países abaixo da linha do Equador, vislumbrando uma espécie de ‘Oriente Médio verde’ em nossos canaviais. A produção de bioenergia, seja em forma de eletricidade, líquida ou gasosa, a partir da cana-de-açúcar como matéria-prima, é uma perspectiva promissora”, enfatiza o executivo.
DESCARBONIZAÇÃO DO SETOR CERÂMICO
Durante o painel também serão apresentadas iniciativas do setor produtivo para promover a sustentabilidade. A Associação Nacional dos Fabricantes de Cerâmica para Revestimentos, Louças Sanitárias e Congêneres (Anfacer) desempenha um papel ativo na busca por práticas mais sustentáveis e na redução das emissões de carbono na indústria cerâmica.
Nesse sentido, Apla e Anfacer desenvolveram um planejamento estratégico para a transição energética na indústria cerâmica brasileira, resultando em uma proposta ambiciosa: substituir 50% do uso de gás natural por biogás até 2030, e atualmente, estão sendo estudadas tecnologias e biocombustíveis para a transição do diesel.
“Existem mais de 400 usinas, fora do Brasil, em diversos continentes, com capacidade para suprir a demanda mundial por essa bioenergia, contribuindo para a descarbonização e o desenvolvimento econômico regional desses países em desenvolvimento. À medida que esses países se desenvolvem, sua demanda por energia cresce, e essa tecnologia já desenvolvida pode ser rapidamente implementada. É possível iniciar a produção de biogás, etanol ou bioeletricidade nessas usinas em menos de um ano”, esclarece Castellari.
BIOCOMBUSTÍVEIS
Uma transição energética de baixa emissão de CO2 equivalente deve materializar-se nos próximos anos, na qual os biocombustíveis líquidos desempenharão um papel fundamental. Os novos paradigmas energéticos, como a eletromobilidade ou a propulsão a hidrogénio, exigem uma maior produção de eletricidade renovável, um requisito que muitos países não estão em condições de satisfazer a curto ou médio prazo.
“Os biocombustíveis líquidos são, portanto, uma alternativa já disponível, economicamente viável e ambientalmente sustentável à energia fóssil, complementar a outras tecnologias como a eletromobilidade e o hidrogênio”, explica Agustín Torroba, especialista internacional em Biocombustíveis e Energias Renováveis do Instituto Interamericano de Cooperação para Agricultura (IICA).
O especialista organizou durante a COP28 o painel “O papel dos biocombustíveis líquidos na descarbonização do setor dos transportes”, que será no dia quatro de dezembro, com objetivo de discutir as oportunidades de expansão do consumo e da produção de biocombustíveis líquidos no setor dos transportes no âmbito do desafio da transição energética para a descarbonização.
Flávio Castellari fará a mediação do painel que também contará com a participação de vários representantes do setor de biocombustíveis da América Latina.
“O potencial do açúcar e álcool como fontes de energia renovável é imenso. Nosso objetivo é não apenas expandir a produção, mas fazê-lo de forma responsável e sustentável, gerando impacto positivo não apenas na economia, mas também no meio ambiente e nas comunidades locais”, ressalta Castellari.
APLA
Considerado o maior Cluster de Energia do mundo, o Apla busca promover internacionalmente a tecnologia, serviços, equipamentos e máquinas que o Brasil oferece para a produção de bioenergia globalmente. Uma cadeia produtiva dinâmica e inovadora que impulsiona a energia renovável tanto no Brasil quanto em outras regiões do mundo.
O Projeto Brazil Sugarcane é uma iniciativa que visa promover e destacar a produção sustentável de cana-de-açúcar no Brasil. Focado na cadeia produtiva da cana, o projeto tem como objetivo principal divulgar internacionalmente os avanços, benefícios e ações relacionadas à produção de etanol, açúcar e bioenergia a partir dessa matéria-prima. Essa iniciativa busca destacar o potencial do Brasil como líder na produção de cana-de-açúcar e seus derivados, enfatizando a sustentabilidade ambiental, social e econômica dessa atividade.
SERVIÇO
03/12 – “Desfossilização a partir da economia circular: a contribuição do biogás para a transição energética no Sul global”
Horário: 15h
Benjamin Ferreira Neto – vice-presidente da Anfacer; Flávio Castellari – diretor executivo do Apla; Eduardo de Miranda – diretor de Negócios e Empreendedorismo do Parque Tecnológico Itaipu; e Isabela Bolonhesi – diretora de meio ambiente, sustentabilidade e ESG da GEO Biogás.
04/12 – “O papel dos biocombustíveis líquidos na descarbonização do setor dos transportes” Horário: 9h às 10h (Emirados Árabes)
Local: The Sustainable Agriculture of the Americas Pavilion/Blue Zone (TA2-135).
Moderador: Flavio Castellari.
Painelistas: Evandro Gussi – Bioetanol Brasil; Julio Minelli – Biodiesel Brasil; Carolina Rojas – Biocombustíveis Colômbia; e Gustavo Indígoras – Biocombustíveis Argentina.