O que é a doença de Parkinson
Quando os medicamentos começam a perder a eficácia, existe ainda a possibilidade de recorrer à DBS- Estimulação Cerebral Profunda
O dia 4 de abril foi o Dia Nacional do Portador da Doença de Parkinson e 11 de abril é o Dia Mundial de Conscientização da Doença de Parkinson, datas que abrem espaço para o debate sobre os sinais e sintomas provocados por essa patologia.
Doença de Parkinson
“Trata-se de doença progressiva do sistema nervoso central que ocorre por causa da degeneração das células situadas numa região do cérebro chamada substância negra, afetando 1% da população mundial acima dos 65 anos, de acordo com a Organização Mundial da Saúde“, disse o neurocirurgião José Zeraick Neto. De acordo com ele, a doença de Parkinson é a segunda condição neurodegenerativa mais prevalente, atrás somente do Alzheimer“.
Jornada de Parkinson
Ele conta que a jornada de Parkinson não é a mesma para nenhuma pessoa. No entanto, a história de quem é acometido pela doença consiste no aumento gradual dos tremores, maior lentidão de movimentos, caminhar arrastando os pés, postura inclinada para frente.
“O tremor afeta os dedos ou as mãos. Mas, pode também afetar o queixo, a cabeça ou os pés”, explica o neurocirurgião lembrando que o diagnóstico é feito basicamente pelo exame neurológico e avaliação do histórico do paciente.
O neurocirurgião esclarece que, apesar de não exames laboratoriais ou de imagem que sejam definitivos para a doença de Parkinson. Alguns exames como a cintilografia cerebral com marcador do transportador de dopamina e a ultrassonografia da substância negra podem auxiliar no diagnóstico.
Estimulação Cerebral Profunda (DBS)
O médico revela ainda que, embora a doença não apresente cura, os pacientes podem ter boa qualidade de vida. Pois quando os medicamentos começam a perder a eficácia, existe ainda a possibilidade de recorrer à Estimulação Cerebral Profunda (DBS).
“Temos equipes médicas e de imagem especialmente treinadas para implantar cirurgicamente um pequeno dispositivo chamado estimulador. Ele envia sinais elétricos através de eletrodos colocados em uma região específica do cérebro para melhorar a função motora, reduzir sintomas como tremores, lentidão e rigidez. Podendo, assim, transformar a vida de muitos pacientes”, disse Zeraick.
Ele ressalta que, em 2021, o procedimento teve sucesso e de forma inédita pelo Hospital, único da região de Piracicaba que dispõe de aparelho de ressonância magnética 3 tesla para realizar o exame necessário ao planejamento cirúrgico. Quatro procedimentos similares ocorreram no hospital, desde então.
“Pesquisa revela que 96% das pessoas que receberam o DBS afirmam que realizariam o procedimento novamente. 70% dos pacientes com tremor relataram uma redução média de 70% dos sintomas. Dependendo do tipo e localização; com melhora significativa na função motora sustentada por pelo menos cinco anos”. Relatou o neurocirurgião.
Para ampliar a conscientização e disseminar o conhecimento sobre a doença, ele indica o site com informações sobre a condição clínica, o passo a passo da jornada do paciente e detalhes sobre o DBS.