Gibiteca dentro da Biblioteca Municipal Ernesto Zink completa 20 anos com 15 mil exemplares à disposição do público
Acervo conta com títulos nacionais e estrangeiros de diversos estilos como terror, policial, infantil, biografia, jornalismo, ficção científica e outros
A gibiteca, biblioteca de quadrinhos e gibis da Biblioteca Pública Municipal Professor Ernesto Manuel Zink, completa 20 anos em dezembro de 2023. O acervo de gibis surgiu e cresceu por meio de doações. Na gibiteca encontram-se títulos presentes na literatura brasileira e internacional em todos os estilos, como terror, biografias, jornalismo, romance, ficção científica, releituras de outros textos, policial, infantil, juvenil, filosóficos, históricos, entre outros.
Gibiteca da Biblioteca Municipal Ernesto Zink
“O quadrinho conversa com o mundo”, afirma Suze Elias, bibliotecária e responsável pela criação da gibiteca. Quando Suze começou a trabalhar na Biblioteca, em 2002, não havia um setor específico de quadrinhos, todos os quadrinhos ficavam disponíveis na biblioteca infantil.
Suze percebeu a necessidade de criar um espaço para pequenos que iam à biblioteca acompanhados dos pais e não tinham um lugar para eles. “O pai vinha ler um jornal, por exemplo, e o filho não tinha lugar para ficar. Aí eu fui lá dentro e peguei um monte de quadrinhos e deixei para o menino ler. O pai adorou e o menino também gostou. Foi então que comecei a separar, juntar e até comprar alguns gibis que, na época, eu achava por um real nas bancas de jornal.”
Quando chegou o mês de dezembro e percebeu o aumento no movimento de crianças e adultos, Suze organizou um lugar determinado dentro da biblioteca onde era possível encontrar histórias em quadrinhos da Turma da Mônica, da Disney e de alguns super-heróis. Os gibis ficavam expostos, à disposição das pessoas. Por isso que dezembro marca o nascimento da gibiteca”, disse ela.
“Na primeira estante cabia cerca de 400 quadrinhos. Quando tornamos os gibis ‘visíveis’, as doações começaram a chegar”, conta Suze. Hoje, são 15 mil gibis à disposição do público. A bibliotecária lembra-se de um doador que comprou centenas de quadrinhos de mangá que trouxe para o acervo.
“Tem também a história de um menino que doou para a biblioteca todos os gibis de mangá do personagem Naruto pois afirmou que assim mais pessoas poderiam ler e quando ele quisesse reler ele viria até a gibiteca”, conta Suze. Quadrinistas renomados como Laudo Ferreira e Lillo Parra também doaram suas coleções para a gibiteca.
Frequência
Mesmo com o avanço do mundo digital, hoje, um número razoável de pessoas visita a gibiteca. “Todo mês, cerca de 50 pessoas frequentam a gibiteca. Durante as férias escolares o movimento cresce e o número de visitantes passa de 100 pessoas por mês”, afirma Suze.
Assim que chegam os meses de férias escolares, como dezembro por exemplo, pais e mães começam a trazer os filhos para conhecer a biblioteca. “Quando terminam as aulas das escolas é que temos maior presença de famílias aqui na biblioteca.”
Eventos
Durante esses 20 anos, diversos eventos agitaram o dia a dia da gibiteca como oficinas, como o Dia Nacional dos Quadrinhos (comemorado em 30 de janeiro), a feira de quadrinhos, encontros de autores e desenhistas, lançamentos e mostras, por exemplo. Hoje, há a gibiteca, o setor infantil, além das obras literárias em geral, o setor de pesquisa e o setor braile.
E não é só criança que frequenta a gibiteca. Quadrinho atinge todos os públicos. “Desde aquela pessoa que não costuma ler livros a adultos”, garante Suze.
“Um senhor trouxe o neto na sessão infantil mas, ao descobrir a gibiteca, mostrou a ele seu gênero favorito: os quadrinhos de faroeste. O menino adorou e hoje é leitor assíduo do gênero”, conta a bibliotecária.