23 de novembro de 2024

Moraes afasta governador do DF após ataques

Além da suspensão das funções públicas de Ibaneis Rocha por 90 dias, o ministro também determinou a desocupação de todos os acampamentos montados nas imediações de quartéis do Exército pelo país, identificação de todos os ônibus e passageiros que ingressam em Brasília entre 5 e 8 de janeiro de 2023


Por Folhapress Publicado 09/01/2023
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Moraes afasta governador do DF após ataques
Manifestantes bolsonaristas invadem o Congresso Nacional na cidade de Brasília, DF, neste domingo (8). (Foto: Wallace Martins/Futura Press/Folhapress)

O ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), determinou o afastamento do cargo do governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB).

A suspensão determinada por Moraes vale por 90 dias e ocorre horas depois que bolsonaristas radicalizados invadiram e depredaram o Palácio do Planalto, o Congresso Nacional e o STF.

O ministro também determinou a desocupação de todos os acampamentos montados nas imediações de quartéis do Exército pelo país.


Ele ordena a “prisão em flagrante de seus participantes pela prática de crimes” e afirma que as operações deverão ser realizadas pelas polícias militares, “com apoio da Força Nacional e Polícia Federal se necessário”.

Ibaneis Rocha
O governador do DF, Ibaneis Rocha – Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O afastamento foi determinado a pedido do líder do governo no Congresso, Randolfe Rodrigues (Rede-AP). A solicitação do parlamentar afirmou que o emedebista tem notória inaptidão para o cargo.

OUTRAS DETERMINAÇÕES


Outras ordens foram expedidas em ação apresentada pela AGU (Advocacia-Geral da União).


Ele também mandou apreender “todos os ônibus identificados pela Polícia Federal que trouxeram os terroristas para o Distrito Federal” e listou a placa de 87 veículos.


Além disso, proibiu, “até o dia 31 de janeiro, o ingresso de quaisquer ônibus e caminhões com manifestantes no Distrito Federal” e determinou a oitiva de todos os passageiros.


Também mandou a Agência Nacional de Transportes Terrestres manter e enviar o registro de todos os veículos que ingressaram no Distrito Federal entre os dias 5 e 8 de janeiro de 2023.


O ministro determinou que a Polícia Federal obtenha todas as imagens de câmeras da capital que possam auxiliar no reconhecimento facial dos vândalos.


Ele também manda bloquear 17 perfis nas redes sociais.

Alexandre de Moraes
O ministro Alexandre de Moraes – Foto: Divulgação

A ação de apoiadores de Jair Bolsonaro (PL) no domingo (8) ocorre uma semana após a posse de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Evento que foi antecedido por atos antidemocráticos insuflados pela retórica golpista do ex-presidente no período eleitoral.

PRESOS

O ministro da Justiça e Segurança PúblicaFlávio Dino, disse na noite do domingo (8) que cerca de 200 pessoas foram presas no ato de vandalismo em Brasília. Já a Polícia Civil falou em 300.

Somente a Secretaria de Polícia do Senado Federal prendeu em flagrante 30 manifestantes que invadiram o plenário da Casa além do Salão Negro da Câmara dos Deputados.

Eles foram detidos pelos crimes de dano ao patrimônio e de invasão de prédios públicos, entre outros. Os presos foram levados inicialmente para a delegacia da Polícia do Senado, que fica no Congresso.

“Eu repito o que eu disse: esses acampamentos são incubadores de terroristas. Os fatos comprovaram que a frase era correta”, afirmou Dino.

LULA

O presidente Lula afirmou que todos os manifestantes golpistas que invadiram e vandalizaram as sedes dos Três Poderes serão encontrados e punidos. Lula também anunciou a intervenção federal na área de segurança do Distrito Federal até o fim de janeiro.

O presidente afirmou que os manifestantes poderiam ser chamados de nazistas e fascistas. E também disse que a esquerda nunca protagonizou um episódio similar a este no Brasil.

Lula havia viajado para Araraquara (SP) neste domingo para analisar os danos causados pelas intensas chuvas no município nas últimas semanas. Mas, as retornou a Brasília na noite deste domingo.

VISTORIA


Na capital federal, vistoriou os estragos causados por militantes bolsonaristas. Ele visitou o Palácio do Planalto e conferiu de perto os danos causados nas janelas, os móveis arremessados pelo prédio e as fotos arrancadas da galeria dos ex-presidentes. Pelo chão, também era possível ver diversos projéteis de borracha disparados pelos agentes de segurança.

O presidente foi recebido de maneira improvisada, na parte de fora do prédio vandalizado, pela presidente da corte, ministra Rosa Weber.

Após inspecionar o Planalto, Lula saiu em um grande comboio de carros rumo ao STF (Supremo Tribunal Federal), que foi a terceira sede de Poder invadida pelos manifestantes golpistas.

CONSTANÇA REZENDE
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS)