22 de dezembro de 2024

Mulher é suspeita de matar amiga, ocultar cadáver e assumir sua identidade

Maryana Rimes Paulo foi presa por matar Marcelo do Lago Limeira. Ronaldo Bertolini ajudou no crime e é procurado. Dupla assumiu identidade da vítima e movimentou mais de R$ 1 milhão dela. Crime ocorreu ocorreu em 2021 em São Bernardo do Campo.


Por Folhapress Publicado 31/08/2022
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Mulher é suspeita de matar amiga, ocultar cadáver e assumir sua identidade
Maryana Elisa Rimes Paulo é suspeita de matar o amigo Marcelo do Lago Limeira com a ajuda de Ronaldo Bertolini, segundo a polícia – Foto: Reprodução/Redes sociais

A Polícia Civil prendeu nesta quarta (31) uma mulher transexual sob suspeita de assassinar uma amiga, ocultar o cadáver e assumir sua identidade em São Bernardo do Campo (Grande SP) em 2021. Um homem que teria ajudado a planejar o crime e a ocultar o cadáver também foi indiciado e está foragido.


De acordo com os investigadores, após o crime, Maryanna Elisa Rimes Paulo e Ronaldo Bertolini movimentaram mais de R$ 1 milhão da vítima, Marcelo do Lago Limeira, ao conseguirem que Maryanna se passasse por Marcelo -que iniciava a sua retificação de gênero.


MULHER NEGA CRIME

A defesa de Maryanna diz que ela nega o assassinato, mas assume ter ocultado o corpo e realizado a fraude com medo de ser acusada pela morte. A polícia, no entanto, não localizou nenhum representante de Ronaldo.


Maryanna e Marcelo, de acordo com a apuração, eram amigas havia dez anos. Marcelo não tinha contato com nenhum familiar além de uma tia que a ajudava financeiramente.


Em 2021, Marcelo decidiu iniciar a sua redesignação de gênero. Após a realização de uma das cirurgias, em maio daquele ano, Maryanna se encarregou de seus cuidados. O crime teria sido planejado durante esse período, com o auxílio de Bertolini, amigo de Maryanna.


Ainda de acordo com a polícia, Maryanna ministrou na vítima uma dose de medicamento acima da recomendada. Marcelo morreu durante a madrugada, quando a amiga estava fora de casa.

OCULTAÇÃO DE CADÁVER


Ao encontrar o corpo, ainda segundo a versão dos policiais, Maryanna teria planejado a ocultação do cadáver com Ronaldo. O corpo fora queimado, e, em seguida, os restos mortais jogados à beira da estrada Edgar Máximo Zambotto, que liga a Grande São Paulo ao município de Jundiaí.

Maryanna Elisa Rimes Paulo
Maryanna Elisa Rimes Paulo – Foto: Divulgação/Polícia Civil


A Polícia Civil afirma que a suspeita conseguiu assumir a identidade da amiga ao convencer o funcionário do cartório que era Marcelo após passar por procedimentos de redesignação sexual. A partir daí, os suspeitos tiveram acesso aos dados bancários e conseguiram movimentar os bens da vítima.


“O funcionário do cartório diz que a suspeita, do sexo feminino, se apresentou com os documentos de Marcelo, o que foi estranho. Quando questionada, disse ter feito transição e não ter trocado os documentos, o que foi satisfatório para o funcionário”, diz o delegado Cristiano Luiz Sacrini Ferreira, responsável pelo inquérito.

AUXÍLIO FINANCEIRO DA TIA DA VÍTIMA


Maryanna e Ronaldo, entretanto, continuaram recebendo auxílio financeiro da tia da vítima, que nunca suspeitara do sumiço da parente, segundo a apuração.

O crime ficou desconhecido durante quase um ano. Em abril deste ano, uma irmã de Marcelo, ao saber que a mulher não era vista desde maio de 2021, registrou o desaparecimento no 2° Departamento de Polícia de São Bernardo do Campo.


Na mesma época, ao tentar realizar movimentações financeiras em um banco, Maryanna, se passando por Marcelo, causou suspeita em uma funcionária, que conhecera Marcelo e avisou a polícia sobre a situação.

DEFESA


A defesa de Maryanna Rimes Paulo, representada pelo advogado Richard Luccas, diz que a mulher assume todos os crimes, menos o homicídio. “Ela diz que, ao encontrar o corpo, se desesperou. Tinha medo de ser tratada como assassina. Por isso, aconteceu o que sabemos.”


Por fim, a Justiça decretou a prisão temporária dos suspeitos. Maryanna está na cadeia pública de São Caetano do Sul. Ronaldo Bertolini ainda não fora encontrado.

BRUNO LUCCA
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS)