Campanhas conscientizam sobre saúde mental na pandemia
Em todo o mundo, a saúde mental das pessoas piorou durante a pandemia de Covid-19. Dados da OMS (Organização Mundial de Saúde) estimam que 93% dos países registraram aumento na busca por atendimento em saúde mental desde a eclosão da crise sanitária. No Brasil, mais da metade da população (53%) declarou ter experimentado uma piora na saúde mental no último ano, segundo um estudo realizado pelo Instituto Ipsos a pedido do Fórum Econômico Mundial.
De acordo com uma pesquisa da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) desenvolvida em parceria com universidades brasileiras, 40% da população apresentou sentimentos frequentes de tristeza e de depressão durante a pandemia. Ainda segundo a análise, outros 50% registrou sentimentos frequentes de ansiedade e nervosismo.
Neste cenário, a campanha Janeiro Branco chegou a sua nona edição em 2022 com o tema “O mundo pede saúde mental”, em referência ao aumento de problemas emocionais durante a crise sanitária. Para Alan Barros, palestrante, coach terapeuta, escritor e um dos embaixadores nacionais da campanha, o principal objetivo da ação é levar conhecimento sobre os transtornos emocionais, como depressão, ansiedade, suicidio, síndrome do pânico, síndrome de burnout, transtorno bipolar e borderline, entre outros.
“Além do mais, a ação gera discussões sobre o tema e busca ferramentas para trazer a ‘saudabilidade da mente’. Ou seja, ajudar a população a ter uma mente saudável – algo que pode e deve ser buscado por meio de exercícios físicos, alimentação equilibrada e ferramentas como nutrologia, meditação e terapias integrativas”, afirma.
Em 2017, Barros lançou o livro “Tenho depressão. e agora?”, onde conta a sua experiência de vinte anos com a doença, desde que recebeu o diagnóstico aos quinze anos de idade. A obra é parte integrante da campanha TDEA (Tenho depressão, e agora?), promovida pelo palestrante.
“Mais de 3200 pessoas foram impactadas pela campanha TDEA. O nosso grupo de apoio para depressivos, ansiosos e pessoas com transtornos emocionais já conta com mais de 1800 participantes entre as modalidades presencial e on-line. Além disso, mais de 2 mil livros já foram vendidos, mil livros foram doados e 500 pessoas foram capacitadas em prevenção e pós-prevenção do suicídio”, explica.
Ações conscientizam a sociedade sobre a saúde mental
Nas palavras do coach terapeuta, o mundo ainda luta contra a pandemia de Covid-19 e seus efeitos colaterais, como os impactos na saúde mental, já despontam como grandes desafios para as pessoas, instituições e governos nos próximos anos. “Neste sentido, campanhas como o Janeiro Branco e o TDEA são importantes porque ampliam a discussão sobre o tema em todas as esferas das relações humanas”.
Em média, a ansiedade afeta 18,6 milhões de brasileiros, segundo a OMS. Paralelamente, foram 53 milhões de novos casos de depressão e 76 milhões de ansiedade em todo o mundo em 2020, conforme estudo publicado no periódico científico The Lancet em outubro de 2021. De forma síncrona, um balanço da ABP (Associação Brasileira de Psiquiatria), realizado em 2020, revela que 67,8% dos associados receberam pacientes novos no início da pandemia que, até então, nunca haviam apresentado sintomas psiquiátricos.
Para o especialista, os números apontam para a necessidade de as pessoas mudarem seu comportamento diante do problema e, também, para a urgência de políticas públicas para atender a essas populações.
“O cerne do trabalho é cuidar da saúde mental em três dimensões: corpo, mente e espírito. É necessário tratar o indivíduo como um todo e não de maneira fragmentada, agregando os tratamentos psiquiátricos, psicológicos e a espiritualidade, para a sua plena recuperação em um momento tão difícil como este de pandemia”, conclui.
Para mais informações, basta acessar: https://www.tenhodepressaoeagora.com.br/