23 de novembro de 2024

AgTechs impulsionam produtividade e rentabilidade no agronegócio

Levando conectividade, métodos de precisão e inovação tecnológica ao campo, o movimento Agro 4.0 tem nas Agtechs - startups especializadas em soluções voltadas para o agro - verdadeiras aliadas do pequeno produtor.


Por Dino Publicado 08/12/2021
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Levando conectividade, métodos de precisão e inovação tecnológica ao campo, o movimento Agro 4.0 tem nas Agtechs – startups especializadas em soluções voltadas para o agro – verdadeiras aliadas do pequeno produtor.

As AgTechs impulsionam produtividade e rentabilidade e vem mostrando seu potencial e ajudando o Agro a ser o condutor da retomada da economia.

De acordo com o Cepea, (Centro de Estudos Avançados em Economia Agrícola), da Esalq/USP, em conjunto com a CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil), o PIB do setor cresceu 9,81% no primeiro semestre de 2021, mantendo o ritmo de crescimento apesar das intempéries climáticas enfrentadas globalmente.

AGTECHS E O AGRO 4.0: PRODUTIVIDADE E RENTABILIDADE NO AGRONEGÓCIO

A tecnologia, por sua vez, é essencial para esse crescimento e está revolucionando o agronegócio.

Levando conectividade, precisão e inovação tecnológica ao campo, o movimento Agro 4.0 tem nas Agtechs – startups especializadas em soluções voltadas para o agro verdadeiras aliadas do pequeno produtor.

No ano de 2020, o Brasil teve um crescimento exponencial em termos de proliferação de startups. Segundo o ranking da startup Blink, o país ocupou a 20ª posição nesse aspecto, subindo 17 posições em relação à 2019.

Além disso, o Brasil classifica-se como o 1º ecossistema empreendedor da América Latina. O país é o 20º ecossistema no contexto mundial, ainda de acordo com o Ranking da Blink.

Segundo dados da publicação Distrito Mining Report Agtech 2021 do Distrito – plataforma de inovação para start-ups, empresas e investidores – há 298 startups voltadas para o agronegócio em atividade no Brasil e a categoria Agricultura de precisão é a mais representativa, com 38% do total.

Com o aumento da oferta de softwares de gestão agropecuária e soluções com foco em big data analytics e IoT (internet das coisas), empresas do segmento estão firmando alianças para integrar suas soluções e agregar ainda mais valor em suas entregas.

Com isso elas buscam fidelizar a carteira de clientes e aumentar a rentabilidade ao mesmo tempo que estimulam o produtor a enxergar seu trabalho sob uma nova ótica.

CONECTIVIDADE E INOVAÇÃO

Esse é o caso da parceria entre Ionics Informática e Automação, um dos principais players no mercado de soluções para gestão automatizada do abastecimento de frotas, e Wolk Tecnologia, startup especializada em análise de dados e otimização de processos agrícolas usando robôs virtuais.

De acordo com Guilherme S. Sombrio, CEO da IONICS, a parceria entre fornecedores de tecnologia é uma demanda crescente do mercado porque facilita o dia a dia do produtor:

“Ter dados precisos de diversos sistemas e gerar alertas e recomendações para o aumento da produtividade e rentabilidade é algo muito valioso para o produtor”.

Entendendo que o combustível representa um dos maiores custos operacionais do agronegócio – anualmente são consumidos em torno de 8,7 bilhões de litros de combustível em uma base de 2 milhões de máquinas e caminhões.

A parceria feita com a Wolk pode ser estratégica para alavancar a produção de pequenas propriedades.

“A gestão do abastecimento integrada com a gestão de máquinas e processos (tempo e mão de obra) é fundamental para o uso adequado de insumos, aumento da eficiência e redução na emissão de CO2. Com estratégias deste tipo o produtor percebe o retorno do investimento já no primeiro mês”, afirma Luiz Cláudio B. de Lima, CEO da WOLK.

O raciocínio encontra respaldo em Martiniano Lopes, Sócio da KPMG e Líder da Consultoria Agribusiness. Ele afirma que o avanço do agronegócio no Brasil e no Mundo se dá ao mesmo tempo em que há um aumento da preocupação do consumidor com a emissão de carbono.

Segundo Lopes, “o cenário exige que as empresas busquem soluções com foco na eficiência operacional e aumento da produtividade, porém, de forma sustentável”. Ou seja, para fazer valer a afirmativa de que o Brasil é o celeiro do mundo, é preciso apostar na tecnologia, investir no pequeno e no médio e preservar o meio ambiente.