Corpo de idosa sepultado como se fosse outra pessoa é novamente enterrado em Campinas
A empresa funerária afirmou por meio de nota que "houve um erro de procedimento", resultando na troca do corpo da aposentada pelo de outra mulher, de 71 anos, cujo nome não foi informado. A troca, segundo registrado pelo circuito interno de câmeras da empresa, ocorreu às 10h da última quarta-feira (22).
O corpo de Maria Aparecida Cardoso, 74 anos, enterrada por engano como se fosse outra pessoa, quarta-feira (22) em Campinas (SP), foi exumado na tarde deste sábado (25), por volta das 15h30, segundo o Grupo Serra Funerárias. Ele foi sepultado pela família verdadeira, na mesma cidade do interior, neste domingo (26).
A empresa afirmou ao Agora, da Folha de S.Paulo, em nota enviada na manhã de sábado (25), que “houve um erro de procedimento”, resultando na troca do corpo da aposentada Maria Aparecida, pelo de outra mulher, de 71 anos, cujo nome não foi informado. A troca, segundo registrado pelo circuito interno de câmeras da empresa, ocorreu às 10h da quarta.
A exumação do corpo sepultado por engano, ainda segundo a funerária, foi acompanhada pela Polícia Civil, peritos do Instituto de Criminalística, funcionários do IML (Instituto Médico Legal), familiares da idosa e advogados da empresa.
“O corpo foi reconhecido pelo genro de Maria Aparecida e confirmada sua identidade através de suas digitais. O exame foi realizado no IML de Campinas”, afirma trecho e nota do grupo funerário.
O corpo da senhora foi sepultado, às 10h30 deste domingo (26), ainda de acordo com a empresa, no Cemitério Nossa Senhora da Conceição, no Campo dos Amarais, também em Campinas.
“Reiteramos nosso pedido de desculpas e informamos que o Grupo Serra tem prestado todo o suporte necessário e buscado atender as solicitações feitas pela família, a fim de ajudá-la a passar por esse momento de luto da forma mais confortável possível”, acrescentou a empresa, neste domingo.
O caso da troca dos corpos das idosas foi percebida no velório de Maria Aparecida, pela filha dela, de 52 anos, ainda na quarta. O corpo da idosa, porém, foi velado e sepultado por outra família, que não percebeu a troca na ocasião.
Maria Aparecida morreu às 11h45 de terça-feira (21), no Hospital Estadual de Sumaré, por complicações decorrentes da Covid-19, segundo registros da delegacia da cidade do interior. A outra idosa, de 71 anos, morreu em uma UPA (Unidade de Pronto Atendimento) na mesma cidade, às 7h30, também na terça. A causa de sua morte não foi informada.
Segundo o Grupo Serra Funerárias, o corpo de Maria Aparecida foi entregue pelo hospital a um agente funerário, com uma etiqueta na qual constavam seu nome, horário e data de falecimento, além do hospital de origem. Já o corpo da outra senhora, acrescentou a empresa, foi recolhido com uma etiqueta em branco.
Na funerária, como admitido pela própria empresa, houve a troca acidental dos corpos.
Informando o erro assim que confirmou a falha, a empresa entrou em contato com a família de Maria Aparecida, informando sobre a necessidade de exumar o corpo da idosa, enterrada como se fosse outra pessoa. O corpo da outra mulher foi enviado novamente para o hospital, para que a polícia realizasse a análise de suas impressões digitais.
À família dela, a empresa também comunicou a falha, esclarecendo que o corpo da parente verdadeira deveria ainda ser velado e sepultado. Ela foi enterrada, segundo a empresa, às 10h45 desta sexta-feira (24), no Cemitério Nossa Senhora da Conceição, em Campinas (93 km de SP), com todos os custos arcados pela funerária.
“A família Serra está profundamente solidária, prestamos toda nossa solidariedade às famílias, pedimos sinceras desculpas. Reiteramos nosso forte compromisso em minimizar o sofrimento causado, prestar apoio psicológico às famílias, realizar os funerais eximindo de todo e qualquer custo, restituindo inclusive as famílias pelos custos já honrados com a empresa, e prestando todo apoio necessário neste momento”, diz trecho de nota da funerária, enviada na manhã de sábado.
O caso foi registrado e é investigado pelo 2º DP de Sumaré como destruição, subtração ou ocultação de cadáver.
Por meio da SSP (Secretaria da Segurança Pública), o distrito do interior paulista afirmou que realiza buscas “visando ao esclarecimento dos fatos.”